ONGs alertam para contaminação por mercúrio em atum enlatado na Europa

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O atum enlatado está amplamente contaminado com mercúrio, diz estudo realizado em cinco países europeus, incluindo Espanha e Itália. Duas ONGs denunciaram a situação nesta terça-feira (29) e pediram às grandes cadeias de varejo e autoridades para "tomarem medidas de emergência".

"Foram selecionadas aleatoriamente 148 latas na França, Alemanha, Reino Unido, Espanha e Itália e analisadas por um laboratório independente e 100% das latas estavam contaminadas com mercúrio", revelou a pesquisa realizada pela ONG Bloom e divulgada conjuntamente com a Foodwatch.

A Bloom, associação de defesa do meio ambiente, afirmou que em mais de uma lata de cada duas a concentração de mercúrio superou o limite máximo estabelecido para outras espécies de peixes (0,3 mg/kg).

"Os limites máximos de mercúrio do atum vigentes na Europa foram estabelecidos com base no nível de contaminação observado no peixe —e não com base no perigo que o mercúrio representa para a saúde humana— com o objetivo de assegurar a venda de 95% dos atuns", destacou a pesquisa.

Assim, foi fixado em 1 mg/kg para o "peso de peixe fresco" e não para o produto enlatado. "É por isso que o atum, uma das espécies mais contaminadas, tem um limite máximo de mercúrio três vezes mais alto do que o das espécies menos contaminadas", detalhou o texto.

Para a Bloom e a Foodwatch "não há nenhuma razão sanitária que justifique essa discrepância, já que o mercúrio não é menos tóxico se ingerido através do atum. O que importa é a concentração do mercúrio".

O mercúrio está classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre as dez substâncias mais preocupantes para a saúde pública. No oceano, o mercúrio se mistura com bactérias e se transforma em metilmercúrio, um derivado ainda mais tóxico.

"O mercúrio elementar e o metilmercúrio são tóxicos para o sistema nervoso. Podem ser observados distúrbios neurológicos e de comportamento após a exposição", indica a OMS.

Diante do que classificam como "verdadeiro escândalo de saúde pública", as ONGs pediram "medidas de emergência" e chamaram a Comissão Europeia para que se alinhe com o limite máximo mais estrito que estabeleceu para outras espécies, de 0,3 mg/kg.

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