Já o copo meio vazio revela que, mesmo com o cobertor alargado ao longo da última década, sobretudo durante a pandemia de covid-19, ainda resta muita gente sem qualquer tipo de proteção. A situação é especialmente preocupante nos países mais vulneráveis às emergências climáticas.
Ampliar essa rede de cobertura, diz a OIT, é essencial para fazer frente aos impactos do aquecimento global nos próximos anos. "A proteção social pode ajudar a garantir que ninguém seja deixado para trás. Pode contribuir para corrigir desigualdades de longa data, agravadas pela crise climática", afirma um trecho do documento.
Mulheres estão menos protegidas no mercado de trabalho
No mercado de trabalho, a cada 100 pessoas em idade produtiva — ou seja, sem levar em conta crianças, adolescentes e idosos — apenas 34 estão amparadas por sistemas abrangentes de proteção, como o brasileiro INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O documento também apresenta dados específicos. Por exemplo: apenas 37,4% da população em idade para trabalhar têm direito a auxílio por doenças ocupacionais. Isso quer dizer que 2,3 bilhões delas não contam com qualquer tipo de renda quando sofrem um acidente ou desenvolvem um problema de saúde relacionado à sua atividade profissional.
O acesso ao seguro-desemprego é ainda mais escasso: 16,7%. Há pelo menos 157 milhões de desempregados sem cobertura. Migrantes, autônomos, trabalhadores rurais e de plataformas digitais, como Uber e iFood, são os mais afetados, afirma a publicação da OIT.