O que esperar do Banco Central sob Galípolo em 2025?

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Postura de Galípolo agrada ao mercado. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano, muitos consideram que ele já passou seu primeiro recado como presidente. Além da elevação de 1 ponto percentual na Selic, o órgão anunciou outros dois possíveis aumentos de mesmo valor para as próximas reuniões, em decisão unânime.

O Galípolo, sem dúvida alguma, vai fazer uma gestão do BC muito parecida com a que Campos Neto fez. De uma independência técnica extremamente consolidada. Tem compromisso técnico, e não político.

Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating.

Porém, não haverá descanso para o novo chefe, diz André Galhardo, economista-chefe do Análise Econômica. "A gente vai ter que ficar de olho, porque faça o que fizer, Galípolo sempre será julgado como o homem indicado por este governo, de mais centro-esquerda, e não vai dispor da mesma tranquilidade que o Campos Neto em relação ao mercado."

Política monetária menos descredibilizada pelo governo. Se, por um lado, há o temor de que sua proximidade com Lula e Haddad poderia comprometer a independência do BC, por outro, há quem acredite que o acesso livre de Galípolo ao Planalto possa fazer cessar —ou, ao menos, diminuir a intensidade— dos ataques de Lula às decisões do BC.

Lula, que várias vezes criticou o aumento da Selic, tende a ser mais compreensivo com o ex-braço-direito de Haddad na Fazenda. "O fato do Gabriel Galípolo ser uma pessoa que goza da confiança do presidente da República vai facilitar. Quando tiver que subir juros, ele deve conversar com Lula e acho que terá uma boa vontade para receber. Essa é a diferença mais importante", diz Samuel Pessôa, economista e pesquisador associado ao FGV-IBRE, que diz que as reclamações do presidente da República sobre a condução da política monetária "custam para o país" e a torna menos eficaz.

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