Número de bilionários na China reduz em um terço em três anos, indica levantamento

há 5 meses 11

O número de bilionários na China caiu em mais de um terço nos últimos três anos, de acordo com o grupo de pesquisa Hurun. A redução ocorre em um momento de repressões governamentais, fraqueza em partes da economia e mercados de ações em baixa.

Após atingir o pico de 1.185 em 2021, a lista de bilionários feita pela Hurun viu o número reduzir para 753, com a queda de 36% superando a desvalorização de 10% do yuan em relação ao dólar no mesmo período.

Somente no último ano, o número de bilionários na China caiu 16%, enquanto o yuan depreciou apenas 2,5% em relação ao dólar.

A Hurun avaliou também que a relação refletiu algumas mudanças com empreendedores mais antigos, como desenvolvedores imobiliários, dando lugar a novos membros, como Zhang Yiming, chefe da ByteDance, dono da rede social TikTok.

Aos 41 anos, Yiming se tornou pela primeira vez a pessoa mais rica do país, com uma fortuna de US$ 49 bilhões, disse a Hurun, ao mesmo tempo em que a sua empresa virou alvo do governo dos EUA.

Lista dos dez mais ricos da China

Posição Nome Idade Fortuna estimada Empresa
Zhang Yiming 41 US$ 49,3 bilhões ByteDance
Zhong Shanshan 70 US$ 47,9 bilhões YST (Nongfu Spring)
Pony Ma 53 US$ 44,4 bilhões Tencent
Colin Huang 44 US$ 34,5 bilhões Pinduoduo
He Xiangjian e família 82 US$ 33,1 bilhões Midea
Robin Zeng 56 US$ 28,2 bilhões CATL
William Ding 53 US$ 28,2 bilhões NetEase
Li Ka-shing e Victor Li 96 e 60 US$ 28,2 bilhões Cheung Kong
Lee Shau Kee e família 96 US$ 24,6 bilhões Henderson Land
10º Jack Ma e família 60 US$ 23,2 bilhões Alibaba

Fonte: Instituto de Pesquisa Hurun

O dono do TikTok ultrapassou o "rei da água engarrafada" Zhong Shanshan, empresário de 70 anos que liderou nos últimos três anos, mas seu principal negócio, Nongfu Spring, viu seu preço das ações cair 40% após ser acusado nas redes sociais de ser "pró-Japão".

A lista também incluiu empreendedores de Hong Kong, Macau e Taiwan. "Ela encolheu pelo terceiro ano consecutivo, à medida que a economia e os mercados de ações da China tiveram um ano difícil", avaliou Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun Report.

As estimativas das fortunas foram feitas no final de agosto e não consideram a variação das ações em setembro, após a China anunciar um pacote de estímulo monetário.

A queda no número de superricos ocorre enquanto a velha guarda de empreiteiros do setor imobiliário foi dizimada por um colapso no outrora próspero setor da China.

Os bilionários do comércio eletrônico da China foram duramente atingidos por repressões dos EUA, mas se mostraram mais resilientes. Pony Ma, fundador da Tencent, a empresa por trás do app WeChat, ficou em terceiro lugar na lista, e Colin Huang, fundador da Pinduoduo e Temu, ficou em quarto.

Chris Xu Yangtian, que criou a Shein, ficou em 76º lugar com uma fortuna de US$ 7 bilhões.

"A nova geração de empreendedores na China é muito mais internacional do que seus antecessores", disse a Hurun no relatório.

Jack Ma, da Alibaba, que liderou a lista em 2020, mas sumiu da vida pública no mesmo ano após o governo cancelar a oferta pública inicial de sua empresa financeira Alipay, ficou em décimo lugar em 2024.

A Hurun disse que 15% da lista vivia fora da China continental, optando por Hong Kong, Macau ou Taiwan, enquanto 30 bilionários moram nos EUA ou em Singapura, que vem se tornando cada vez mais popular como um refúgio para os bilionários chineses.

Os listados também mantiveram influência política, com cerca de 7% sendo membros do principal órgão consultivo político da China, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, ou do seu parlamento, o Congresso Nacional do Povo.

Empreendedores de smartphones e novas energias também foram subiram na lista, destacando Robin Zeng (chefe da fabricante de baterias de lítio CATL), Li Zhenguo (da empresa de painéis solares Longi), Lei Jun (da companhia de smartphones Xiaomi) e Frank Wang (da fabricante de drones DJI).

Folha Mercado

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