Novata no setor, Xiaomi vende mais elétricos que Ford e GM em 2024

• A Xiaomi vendeu mais de 200.000 SU7s desde o início das entregas em março de 2024.
• Em 2024, ela vendeu quase 137.000 unidades.
• Isso representa mais EVs do que a Ford ou a GM venderam globalmente.

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A mudança da Xiaomi de smartphones para carros elétricos tem sido um grande sucesso até agora. Seu primeiro veículo elétrico, o SU7, foi um sucesso absoluto em sua terra natal, a China. Os CEOs das montadoras americanas, como Jim Farley, da Ford, também adoram o SU7, o que é um tanto irônico, considerando que não é possível comprar um nos Estados Unidos.

Acontece que o SU7 está vendendo tão bem que até ultrapassou as vendas de veículos elétricos da maioria dos fabricantes de automóveis dos EUA para 2024, tanto comparativamente nos EUA quanto na própria China. Esse fato foi apontado pela primeira vez pelo site de notícias de tecnologia CCN, mas investigamos os números reais para ter certeza. Veja o que descobrimos.

Foto de: Xiaomi

Em 2024, a Xiaomi originalmente queria entregar 76.000 unidades de seu novo SU7. A marca não só quebrou esse recorde e o elevou para 120.000, como também encerrou 2024 com a impressionante marca de 136.854 unidades vendidas. Lembre-se de que esse foi o primeiro ano em que o SU7 - o primeiro carro da Xiaomi com produção em massa.

Vamos dar uma olhada em algumas carteiras de pedidos para avaliar o quão impressionante esse número realmente é. Especificamente, a Ford e a General Motors, que vendem veículos elétricos na China.

O único veículo elétrico da Ford na China para 2024 é o Mustang Mach-E. A "briga de rua", como diz Farley, está sendo perdida pela Ford, já que ela vendeu apenas 999 unidades do Mach-E por último, segundo dados da Car News China.

A GM, que vende carros na China sob as marcas Buick, Cadillac e Chevrolet, vendeu 69.403 unidades das três marcas.

Vale a pena observar que, separadamente (e excluídas dessas contagens), as parcerias da GM com a Baojun venderam 33.630 unidades e a SAIC-Wuling 602.952. Portanto, a GM está se saindo melhor nessa área. Mas sob sua própria bandeira, nem tanto. 

Se a ultrapassagem da Xiaomi no mercado chinês não foi suficiente, esses números também atingiram os EUA.

A Ford vendeu pouco mais de 97.000 EVs nos EUA no ano passado. Isso inclui o Mustang Mach-E (que foi o segundo veículo elétrico mais vendido nos EUA, atrás do Tesla Model Y), o F-150 Lightning e os modelos E-Transit. A General Motors vendeu 114.400, o que inclui uma gama mais ampla de modelos domésticos, incluindo os veículos elétricos Chevy Blazer, Equinox e Silverado, bem como o Cadillac Lyric e o Optiq, além dos veículos elétricos GMC Hummer e Sierra.

Talvez ainda mais impressionante seja o fato de a Xiaomi ter vendido mais EVs na China do que praticamente qualquer outra montadora que vende tanto em seu mercado doméstico quanto nos EUA. Isso inclui Audi, BMW, Kia, Mercedes-Benz, Nissan, Polestar, Toyota, Volkswagen e Volvo - as duas únicas exceções? Tesla e Volkswagen.

Uma ascensão meteórica para a Xiaomi

Foto de: Xiaomi

O SU7 da Xiaomi, repleto de tecnologia, tem sido um sucesso absoluto, e o preço inicial de menos de US$ 30.000 significa que os consumidores estão fazendo fila para comprar um. E os modelos de produção limitada, como o SU7 Pro, estão completamente esgotados até o final de 2025. Para colocar isso em perspectiva, os funcionários da Xiaomi disseram anteriormente que as carteiras de pedidos da empresa têm 150.000 veículos na fila de espera para entrega.

A montadora também acaba de atingir um marco recorde de 200.000 SU7s entregues.

Em novembro, a Xiaomi atingiu seu primeiro marco de 100.000 em apenas 229 dias desde a primeira entrega. Só isso já é extremamente impressionante. Para efeito de comparação, isso é literalmente metade do tempo que a Tesla levou para vender a mesma quantidade de Model Ys. Os segundos 100.000? 119 dias - e isso é quase a metade do tempo que a Xiaomi levou para vender seus primeiros 100.000.

Foto de: CarNewsChina

Difícil de competir

O mercado de veículos elétricos da China, por maior que seja, está se tornando cada vez mais difícil de competir. Além de existirem mais de 130 marcas diferentes de veículos elétricos na China, a concorrência é tão grande que as montadoras são forçadas a inovar e criar carros que os consumidores queiram comprar.

No resto do mundo? Bem, as montadoras não funcionam exatamente assim. Os mercados recebem o que têm, e essa atitude desempenhou um papel importante no fato de as montadoras domésticas da China estarem à frente até mesmo das marcas de luxo mais prestigiadas do mercado. Desde então, as empresas mudaram suas estratégias para a China em uma tentativa de ganhar mais participação no mercado, mas essa é uma batalha difícil para a maioria delas neste momento.

Foto de: MIIT

O sucesso de empresas como a Xiaomi ressalta uma mudança maior no cenário automotivo global. Não apenas as montadoras chinesas estão atendendo à demanda doméstica, mas os mercados internacionais estão se tornando alvos claros para a China se estabelecer como uma potência automotiva global.

Agora, se a Xiaomi encontrar uma maneira de se aventurar no mercado dos EUA sem tarifas altíssimas, as montadoras domésticas poderão ter alguns problemas. Os números de vendas do SU7 mostram exatamente isso e, com o YU7 logo ali na esquina, o sucesso da marca pode se tornar ainda mais prolífico com o passar do tempo.

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