Dependemos da safra e da oferta. Na nossa opinião, a safra vai ajudar muito neste ano.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Safra recorde vai somar 322,6 milhões de toneladas. A estimativa mais recente do LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), representa um crescimento de 10,2% na comparação com as colheitas de 2024. Arroz, feijão, milho e soja aparecem entre as principais influências para a projeção.
Tem chovido de forma satisfatória na maioria das regiões produtoras, o que beneficia as lavouras que estão em campo.
Carlos Guedes, gerente de agricultura do IBGE
Especialistas concordam com a equipe econômica. Ainda que a soja e outros grãos não componham a mesa das famílias, os produtos integram a alimentação dos animais e influenciam diretamente na cadeia de preços. "Indiretamente, a safra recorde pode contribuir para o barateamento do custo de produção da carne bovina, por exemplo", diz Aniela Carrara, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
A supersafra é um fator alentador que pode contribuir para o arrefecimento de alguns preços do meio até o final deste ano.
Aniela Carrara, pesquisadora do Cepea
Aumento da oferta de alimentos pode ser insuficiente. A variação cambial e o clima também são determinantes para a inflação dos alimentos. "Por mais que seja adotada uma política geral e ela surta efeito, não podemos esquecer das especificidades dos alimentos e elementos externos que podem surgir", avalia Carrara.