Meta vê aumento nos gastos com IA enquanto lucros superam previsões

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A Meta citou "forte impulso" em suas diversas apostas em IA (inteligência artificial), já que a receita e os lucros trimestrais superaram as expectativas de Wall Street, ao mesmo tempo em que reconheceu que os gastos com a tecnologia continuarão a acelerar no próximo ano.

As receitas no terceiro trimestre aumentaram 19%, para US$ 40,6 bilhões (R$ 234,1 bi), no limite superior de sua faixa de orientação e um pouco acima das estimativas de Wall Street de US$ 40,3 bilhões (R$ 232,3 bi). O lucro líquido saltou 35%, para US$ 15,7 bilhões, bem acima do consenso de um aumento para US$ 13,6 bilhões (R$ 78,4 bi).

No entanto, a resposta dos investidores foi moderada, já que a Meta registrou grandes perdas na Reality Labs, sua divisão de realidade virtual e aumentada, e disse que esperava um crescimento "significativo" nos gastos de capital em 2025, à medida que investia na operação de uma infraestrutura de IA cara.

As ações da Meta, que subiram mais de 70% em 2024 para recordes recentes, caíram cerca de 3% imediatamente após a divulgação dos resultados, mas reduziram ligeiramente suas perdas para negociar em queda de cerca de 2% após o fechamento do mercado.

A Meta investiu fortemente em IA para melhorar sua oferta de publicidade e seus feeds de conteúdo, e começou a integrar ferramentas de IA generativa na plataforma para usuários e criadores.

O CEO Mark Zuckerberg está sob pressão para mostrar que seus planos de apostar tudo em IA são monetizáveis. Em um comunicado, ele disse que a empresa teve "um bom trimestre impulsionado pelo progresso da IA em nossos aplicativos e negócios".

Em particular, ele destacou o "forte impulso" no Meta AI, o chatbot da empresa, e a adoção de seu modelo de linguagem aberto Llama por empresas e desenvolvedores.

Ele também apontou para a recente empolgação em torno de seus óculos com tecnologia de IA, parte de uma parceria com a Ray-Ban. Zuckerberg recentemente reforçou sua aposta em construir óculos de realidade aumentada, acreditando que os headsets serão a próxima plataforma de computação, revelando um protótipo chamado "Orion" com grande alarde em setembro.

Nesta quarta-feira (30), a empresa disse que a Reality Labs registrou US$ 270 milhões (R$ 1,5 bi) em receitas no terceiro trimestre —e US$ 4,4 bilhões (R$ 25,3 bi) em perdas operacionais. Acrescentou que esperava que as perdas operacionais anuais da Reality Labs "aumentassem significativamente" ano a ano.

No início deste mês, o Financial Times informou que a Meta estava reestruturando certas equipes no WhatsApp, Instagram e Reality Labs, incluindo cortes de pessoal e realocação de outros.

Youssef Squali, chefe de pesquisa de ações de internet e mídia na Truist Securities, disse: "A Meta está mais confiante em sua capacidade de alavancar IA e [aprendizado de máquina] em seus [aplicativos], e investirá mais pesadamente em infraestrutura para apoiar seu roteiro de IA", mas acrescentou que as ações "se adiantaram".

A empresa disse que antecipava vendas no quarto trimestre na faixa de US$ 45 bilhões a US$ 48 bilhões (R$ 259,4 bi a R$ 276,7 bi). A estimativa de consenso era de US$ 46,2 bilhões (R$ 266,4 bi), de acordo com a S&P Capital IQ.

Aumentou o limite inferior de sua faixa de orientação de despesas de capital para o ano de 2024 em US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bi), para US$ 38 bilhões a US$ 40 bilhões (R$ 219,1 bi a R$ 230 bi), prevendo "aceleração significativa no crescimento das despesas de infraestrutura" no próximo ano devido ao "maior crescimento na depreciação e despesas operacionais de nossa frota de infraestrutura expandida".

Os usuários ativos diários em sua família de aplicativos aumentaram 5%, para 3,3 bilhões.

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