Meta de inflação é 'dura demais' com a economia, diz professor da Unicamp

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O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que IPCA deve terminar este ano em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%.

Isso fez com que os agentes "virassem a aposta", se desfazendo de títulos financeiros com juros de longo prazo. Por consequência, houve a busca por outros ativos, sendo um deles o próprio dólar.

A demora do Banco Central para responder à alta volatilidade do câmbio deixou o mercado ainda mais agitado. "Essa é a tendência demonstrada no governo Lula 3, e que os agentes financeiros já têm 'internalizado', aumentando a especulação", afirma.

A sinalização de que o Banco Central americano vai manter a taxa de juros em nível alto em 2025 faz com que a taxa de juros dê um "sinal de resiliência". Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano. Segundo o economista, isso faz com que haja uma aposta na manutenção desse cenário no médio prazo e isso também impacta a situação brasileira.

Tudo isso somado fez com que, de certa forma, o dólar se valorizasse muito e muito rapidamente. E ainda há um fator que temos que levar em consideração: a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional ter sido um tanto dura em relação à estrutura econômica brasileira. Isso faz com que a aposta seja em taxas cada vez mais alta.
Marco Antonio Rocha, professor do Instituto de Economia da Unicamp

Pacote fiscal é "suficiente" para 2025, e só

Pacote fiscal anunciado pelo governo é apenas "suficiente" para fazer a inflação se aproximar da meta primária do novo arcabouço. Para 2025, a previsão é de que esse índice fique em 0,5%. O mecanismo de controle de gastos prevê "uma faixa" entre -0,25% e 0,25%, como uma espécie de "margem de erro". "Porém, a preocupação maior do mercado é com a trajetória da dívida pública, nem tanto com a meta primária", afirma.

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