O mercado da arte arrecadou, em 2024 US$ 57,5 bilhões (cerca de R$ 338,5 bilhões, na cotação atual), registrando uma queda de 12% em relação ao ano anterior. A informação é da nona edição do relatório Mercado Global de Arte Art Basel e UBS, da Art Economics.
A compra e venda de obras caíram 39% no segmento de alto valor –ou seja, arte vendida por mais de US$ 10 milhões (R$ 58,7 milhões).
Apesar disso, a atividade em geral se expandiu. Foram registradas 40,5 milhões de transações em todos os segmentos de preço, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. Nas feiras de arte, a venda cresceu 2%.
O relatório, publicado pela feira Art Basel e empresa UBS, examina o desempenho dos diversos segmentos do mercado, como galerias, negociantes, casas de leilão e feiras de arte.
"Embora o mercado tenha diminuído em valor por dois anos, um dos desenvolvimentos mais positivos foi o crescimento das vendas em preços mais baixos e acessíveis", afirmou a economista cultural Clare McAndrew, fundadora da Art Economics.
"O número de obras de arte vendidas por preços na faixa abaixo de US$ 50 mil [R$ 294,3 mil] se expandiu e houve evidências de sucesso tanto por parte de negociantes quanto de casas de leilão em alcançar novos compradores, dando ao mercado uma base mais ampla e diversificada para vendas", conclui.
O relatório aponta que o mercado continua em busca de equilíbrio após a crise ocasionada pela pandemia. As vendas de negociantes e leilões públicos caíram 6 e 25%, respectivamente, em 2024.
Também se destacou o aumento da presença de mulheres, que, agora, compõem 41% dos artistas, um aumento de 6% em relação a 2018.
Já no mercado brasileiro, houve queda de vendas. Negociantes nacionais esperavam uma melhora, com 80% prevendo um aumento de vendas para o ano, o que não ocorreu.
De acordo com o estudo, os Estados Unidos mantém sua posição de liderança no mercado global de arte, com 43% das vendas em valor. Apesar disso, as vendas caíram 9%, para US$ 24,8 bilhões –segundo ano consecutivo de declínio.
O segundo lugar vai para o Reino Unido, com participação de 18%, um aumento de 1% em relação a 2023. Em seguida está a China (incluindo a China continental e Hong Kong), que caiu do segundo para o terceiro lugar, com 15%.
A União Europeia teve uma queda de 8% nas vendas, totalizando US$ 8,3 bilhões, dos quais a França –quarto maior mercado de arte mundial– contribuiu com US$ 4,2 bilhões.
"Essas tendências refletem a urgência de expandir redes e estratégias de engajamento de público dedicadas em todo o espectro para se adaptar e prosperar no ambiente de negócios atual", apontou Noah Horowitz, CEO da Art Basel. "Nossa edição mais recente da Art Basel Hong Kong reafirmou isso ao começar 2025 com fortes vendas e engajamento tanto de públicos existentes quanto novos em toda a Ásia e no mundo".
Negociantes com faturamento abaixo de US$ 250 mil tiveram seu segundo ano de crescimento consecutivo, com um aumento de 17%, enquanto indivíduos com faturamento entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões aumentaram 10%.
Cerca de 44% dos compradores para os quais os comerciantes venderam obras eram novos nos negócios. Até no segmento de alto valor, de faturamento superior a US$ 10 milhões, 40% dos compradores anuais eram novos.