Maioria do país aprova política ‘linha dura’ de Tarcísio, mas 33% acham a polícia de SP a mais violenta do Brasil

Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP

O governador Tarcísio de Freitas segurou o secretário Guilherme Derrite, apesar da pressão pela sua demissão

Um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça-feira (14), revelou que 53,1% dos brasileiros aprovam a política “linha dura” adotada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação à Polícia Militar. O estudo entrevistou 2.018 pessoas entre os dias 7 e 10 de janeiro de 2025, abrangendo os 26 Estados e o Distrito Federal, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

A maior aprovação foi registrada no Sudeste, onde 60,4% dos entrevistados apoiam a gestão, enquanto no Nordeste o índice é de 46,1%. Entre os homens, 59,8% demonstraram aprovação, em comparação a 47,1% das mulheres. Jovens de 16 a 24 anos mostraram menor adesão (47,7%), enquanto pessoas entre 35 e 44 anos formaram o grupo mais favorável, com 58,2%.

Outro ponto da pesquisa avaliou a percepção sobre a violência da Polícia Militar paulista em comparação às polícias de outros Estados. Para 33,8%, a PM de São Paulo é mais violenta, enquanto 26,2% consideram que ela é igualmente violenta e 26,1% discordam dessa avaliação. A maior crítica veio do Sul, onde 38,9% enxergam a corporação paulista como mais violenta.

Os índices de aprovação ocorrem em um cenário de aumento de mortes por intervenção policial no Estado. Entre janeiro e novembro de 2024, foram registradas 702 mortes, um aumento de 98% em relação ao mesmo período de 2022, último ano da gestão anterior. Além disso, episódios recentes, como o homicídio de um estudante de medicina em uma abordagem e a divulgação de imagens de abusos, intensificaram o debate público.

Apesar das críticas e pedidos de demissão contra o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, Tarcísio mantém sua política de segurança e indicações no setor. Além disso, o governador contratou 7.800 novos policiais em 2024, o maior reforço de efetivo em 14 anos, embora o número total da PM tenha diminuído 9% na última década.