Magnata indiano começou com US$ 60 e fez fortuna bilionária com energia solar

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Hitesh Chimanlal Doshi começou a se aventurar no setor de energia da Índia em 1985 partindo de um empréstimo de 5.000 rúpias (cerca de US$ 60, R$ 345) de um parente.

Quase 40 anos depois, Doshi lidera o Waaree Group, uma das maiores empresas de energia renovável no país.

Na segunda-feira (29), com a listagem do braço de fabricação de células solares do grupo, o Waaree Energies, na Bolsa de Mumbai (BSE), Doshi e sua família se juntaram às fileiras das pessoas mais ricas do mundo.

As ações da Waaree Energies dispararam 56% após sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de US$ 514 milhões (R$ 2,9 bilhões), elevando o patrimônio líquido da família Doshi para cerca de US$ 5,3 bilhões (R$ 30 bilhões), de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, quase dobrando o patrimônio da família anterior à oferta. Um porta-voz da empresa se recusou a comentar sobre a fortuna de Doshi.

O homem de 57 anos é o presidente do conselho e diretor-geral da Waaree Energies, enquanto dois de seus irmãos e um sobrinho são membros do conselho do grupo.

A família também é a maior acionista do braço de engenharia Waaree Renewable Technologies e da empresa de armazenamento de energia Waaree Technologies, ambas já listadas publicamente.

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A Waaree Energies é a maior fabricante de módulos solares da Índia, com uma capacidade de 12 mil megawatts. A maior parte de sua receita é obtida da exportação para os EUA, que aumentaram significativamente nos últimos anos devido às tarifas sobre células solares chinesas.

O interesse dos investidores no setor de energia renovável da Índia tem aumentado em meio a uma alta recorde em algumas ações neste ano. A listagem também representa o mais recente evento do tipo no mercado de IPOs da Índia, um dos mais movimentados do mundo este ano.

A empresa gastará 28 bilhões de rúpias (US$ 333 milhões) dos recursos do IPO para construir uma planta de fabricação de 6 gigawatts em Odisha, um estado na costa leste da Índia. Também está construindo uma fábrica de células solares em Chikhli e uma de painéis nos EUA.

"Como o maior detentor de capacidade da Índia, a Waaree está pronta para expandir ainda mais com as adições anunciadas", disse Ninad Sarpotdar, analista da Aditya Birla Capital. "Ao entrar na fabricação de células e wafers, a Waaree ganha uma vantagem de pioneirismo e melhor controle sobre os custos".

Nascido em Tunki, Doshi deixou sua pequena vila no coração do estado Maharashtra e se mudou para frequentar o Shri Chinai College of Commerce and Economics na Universidade de Mumbai em 1985, a 600 quilômetros de sua cidade-natal.

Enquanto estava lá, ele pegou emprestado 5.000 rúpias de um parente para começar a negociar peças, eletrônicos e medidores de instrumentos, cujos lucros sustentaram suas despesas e pagaram suas mensalidades, disse ele ao jornal Economic Times em 2014.

Após se formar, Doshi pegou emprestado 150.000 rúpias (R$ 10 mil) de um banco para montar uma empresa que produzia manômetros, equipamentos de postos de gasolina e válvulas industriais. Na virada do milênio, ele viu o potencial de negociar equipamentos de energia como bombas d'água, aquecedores, fornos e lanternas.

Seus maiores pedidos foram feitos por clientes nos EUA e na Europa. Durante uma visita a uma convenção na Alemanha em 2007, ele ficou "encantado" com o potencial da energia solar, de acordo com um relatório de 2021 do provedor de notícias local YourStory. Isso o inspirou a mudar de rumo, vender seu negócio de equipamentos térmicos e focar na fabricação de células solares.

Ele nomeou a empresa Waaree Energies em homenagem ao templo Wari em sua cidade.

Nos últimos anos, o aumento dos gastos do governo indiano em infraestrutura e as reformas políticas em nível federal e estadual ajudaram Doshi e outros empreendedores do setor de energia renovável.

A energia limpa representa quase metade da capacidade total instalada na Índia, e a solar representa 20% dos 457 gigawatts de energia em outubro de 2024, de acordo com um relatório do governo.

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