O presidente ponderou "não ter nenhum problema" que o Estado faça uma dívida para construir um novo ativo. Ele relembrou ter dito no seu primeiro mandato que o governo só pode gastar aquilo que tem capacidade de arrecadar, todavia, destacou a possibilidade de "brecha" na afirmação.
Acontece que nós não podemos mais jogar, toda vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas.
Lula, em entrevista
O petista também questionou se os "empresários que vivem de subsídios do governo vão aceitar um pouco de subsídio para a gente equilibrar a economia brasileira". "Eu não sei se vão aceitar", respondeu na sequência, citando a aprovação no Congresso da desoneração de R$ 29 bilhões para os "empresários mais ricos desse país".
O Executivo vem sofrendo pressão do setor financeiro para que apresente corte no orçamento de 2026. Em julho, também sob pressão do mercado, a equipe econômica já anunciou o congelamento de R$ 15 bilhões em gastos para este ano e mais R$ 25,9 bilhões para 2025.
Lula também reclamou do Congresso. Desde que passou a ser cobrado para diminuir despesas, a articulação política do governo tem tentado "dividir" o ônus com o Legislativo, que também apresenta resistência em cortar suas verbas. Ele disse querer saber se o Congresso está disposto também a fazer corte de gastos. A decisão sobre aonde vai cortar é algo o mandatário não quer fazer.
Se eu fizer um corte de gasto para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo.
Lula, sobre corte de gastos