Em alguns setores, como o de empresas aéreas, que são expostas a dívidas em dólar, empresas valem menos hoje do que em março de 2020, mês em que a covid-19 foi declarada pandemia, alterando drasticamente as vidas de bilhões de pessoas ao redor do planeta para se proteger de uma doença para a qual não havia vacina.
O gatilho da atual crise foi a insatisfação da indústria financeira com o compromisso do governo Lula com o equilíbrio fiscal.
As preocupações fiscais, somadas à reação do Banco Central ao movimento do câmbio, desencadearam algumas vendas em pânico de detentores de ativos brasileiros. À Bloomberg, um gestor de investimentos americano resumiu a visão sobre os ativos brasileiros: "Vende primeiro, pergunta depois".
Fatores externos também passaram a contribuir, como as declarações de Jeremy Powell, presidente do Fed (a autoridade monetária dos EUA), de que os juros americanos poderão voltar a subir, o que tradicionalmente ajuda a secar recursos investidos em países emergentes.
Volatilidade - a variação abrupta das cotações de valores mobiliários - faz parte da vida do investidor em renda variável.
Mas especialistas agora acreditam que o novo patamar do dólar e dos juros balizados pelos títulos do Tesouro (que ultrapassaram 15% ao ano, no caso dos prefixados) pode trazer danos não apenas a investidores, mas para a estrutura de custos das empresas e, por tabela, para o consumidor.