Índice que mede salário com Big Macs mostra EUA no topo e México no fim de ranking

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Desde 1986, a The Economist produz o índice Big Mac como uma forma descontraída de avaliar se as moedas estão no nível "correto". O famoso hambúrguer é um bom teste para avaliar divisas devido à sua uniformidade e presença global. As mesmas propriedades o tornam uma maneira útil de comparar salários internacionais: quantos Big Macs, em princípio, um trabalhador típico pode comprar com seu salário?

A maneira mais convencional de comparar rendas é converter salários de diferentes países em uma moeda comum. Mas isso é enganoso porque as taxas de câmbio são voláteis. Além disso, um dólar americano vale muito mais, por exemplo, nas Filipinas do que nos próprios Estados Unidos. O Big Mac ajuda a resolver esse problema como uma ilustração pronta do poder de compra: ele representa um conjunto de bens (ou, melhor dizendo, um "pão" de bens) que é idêntico em todos os lugares, servindo assim como uma medida do custo real das coisas de país para país.

Para a análise do salário Big Mac (o MacWage, para abreviar), começamos com os dados de ganhos brutos de tempo integral em 2023, conforme relatado pela OCDE, um clube de 38 países, em sua maioria ricos. Em seguida, fizemos um ajuste simples, dividindo os salários pelo preço de um Big Mac —tudo em moedas locais. Isso nos deu o número de hambúrgueres que o trabalhador médio de tempo integral pode comprar anualmente.

Os resultados? Os americanos podem ser perdoados por terem cinturas um pouco mais largas. Embora os preços de fast-food tenham disparado desde a pandemia, os Estados Unidos ainda ganham mais calorias gordurosas do que qualquer outro em nossa análise.

O trabalhador americano médio leva para casa o equivalente a 14 mil Big Macs em salários por um ano de trabalho em tempo integral. Com 590 calorias cada, eles poderiam comprar hambúrgueres suficientes para alimentar dez adultos por um ano. Os suíços e dinamarqueses ocupam, respectivamente, o segundo e terceiro lugar em MacWages. No final da lista estão os trabalhadores mexicanos, que podem comprar cerca de 2.500 Big Macs com seus salários anuais médios.

Uma objeção padrão a qualquer medida de rendas mais altas nos EUA é que seus trabalhadores geralmente têm menos tempo de folga. Para considerar isso, analisamos as horas médias trabalhadas, com base em dados da OCDE e do Conference Board, um grupo de pesquisa empresarial. Isso gera resultados ligeiramente diferentes.

Os americanos ainda conseguem mais do que suficientes Big Macs —ganhando o equivalente a cerca de 7,4 por hora de trabalho— mas caem para o terceiro lugar no ranking. Os campeões do hambúrguer são os dinamarqueses, que ganham 8,1 por hora, seguidos pelos suíços. Visto de outra forma, o dinamarquês médio trabalha apenas sete minutos para ganhar dinheiro suficiente para comprar um Big Mac. No México —ainda no final do ranking após esse ajuste por hora— os trabalhadores devem trabalhar cerca de 57 minutos.

O MacWage é, claro, longe de ser perfeito. Os dinamarqueses podem comemorar seu desempenho de topo, mas nossa medida não considera como os impostos sobre a renda (que podem ultrapassar 50% na Dinamarca) consomem seus orçamentos de hambúrguer. Muito do que compõe o custo de vida, desde habitação até transporte, também é pouco refletido no preço dos hambúrgueres.

Em um país em desenvolvimento como o México, onde a habitação é relativamente barata e as indulgências de fast-food americanas são relativamente caras, um cálculo de salário baseado em hambúrguer subestima quanto um trabalhador médio pode realmente comprar. Ainda assim, como um método rápido para comparar rendas ao redor do mundo, o MacWage é facilmente digerível.

Texto de The Economist, traduzido por Helena Schuster, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com

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