A Honda e a Nissan cancelaram oficialmente as negociações de fusão na semana passada, menos de dois meses depois de concordarem em explorar planos para uma nova holding a ser lançada em 2026. Desde o começo o acordo foi marcado por diversos boatos e previsões que se comprovaram verdadeiras com o tempo, detalhando mais sobre os motivos do fracasso da união.
O principal motivo é que a Honda queria transformar a Nissan em uma mera subsidiária, o que irritou profundamente a equipe de Yokohama (JAP) — responsável por ícones como Skyline, GT-R e Silvia. A ideia de perder autonomia e virar uma marca de "rebadges", como a Mitsubishi com modelos da Renault, foi considerada inaceitável.

Foto de: Nissan
De acordo com o The Japan News a seção em inglês do jornal japonês Yomiuri Shimbun, a Honda ousou pedir à Nissan que abandonasse seu sistema híbrido em favor do dela. Essa proposta foi recebida com forte oposição, aumentando ainda mais a distância entre as duas empresas. Embora a fusão não esteja mais acontecendo, as duas empresas continuarão a trabalhar juntas em carros eletrificados.
Apesar de suas dificuldades financeiras atuais, a Nissan vem investindo pesado no seu sistema e-Power, preparando uma terceira geração. Conforme anunciado na semana passada em apresentações de slides para um roteiro de produtos, o sistema eletrificado de próxima geração será 20% mais eficiente do que a configuração original lançada em 2016. Além disso, projeta-se que ele seja 15% mais econômico na estrada do que o sistema atual de segunda geração. A Nissan pretende reduzir os custos em um quinto em comparação com o sistema inicial, visto pela primeira vez no hatchback compacto Note.

Nissan Note
Atualmente focado no mercado asiático, o e-Power ainda não chegou a outros países. Nos EUA, só deve estrear em 2027 com o SUV Rogue. Na Europa, o Qashqai receberá a tecnologia no ano fiscal de 2026. Já na América Latina, embora tenha sido prometido diversas vezes, não há previsão de lançamento no curto ou médio prazo.
O e-Power da Nissan não é um híbrido convencional. Embora combine um motor a combustão e um elétrico, o propulsor a gasolina atua apenas como gerador, carregando a bateria que alimenta o motor elétrico. Com isso, a Nissan afirma que os modelos e-Power oferecem a experiência de um carro elétrico.

Nissan Rogue será responsável por estrear E-power de 3ª geração nos EUA

Segundo a Honda, custos do Accord Hybrid cairão até 50% no fim da década
Enquanto isso, a Honda avança com seu sistema híbrido e:HEV, baseado em motores 1.5 e 2.0 de injeção direta, operando no ciclo Atkinson. A marca promete 10% a mais de eficiência para os híbridos com motor maior, que também perderão cerca de 90 kg em relação aos modelos atuais.
Com montadoras desacelerando a transição para os elétricos, os custos de produção dos híbridos de nova geração pode cair até o fim da década. Analistas apontam que esses modelos serão até 50% mais baratos até 2027 em comparação com os equivalentes de 2018. A Honda, por exemplo, já reduziu em 25% os custos do Accord Hybrid vendido na América do Norte.
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Fonte: The Japan News