Os detalhes da fusão
Com a fusão, Honda e Nissan esperam criar a terceira maior montadora do mundo, atrás apenas de Toyota e Volkswagen. O plano prevê que as duas empresas, e possivelmente a Mitsubishi, da qual a Nissan é a maior acionista, se integrem sob uma nova holding, cuja conclusão está prevista para agosto de 2026. A Honda vai liderar a gestão, com controle da maior parte dos cargos executivos e do conselho.
Apesar de continuarem operando como marcas separadas, as montadoras compartilharão plataformas, tecnologias e processos de desenvolvimento. Estima-se que a nova empresa atinja lucros operacionais superiores a 18,8 bilhões de dólares.
Mesmo com a fusão, Honda e Nissan enfrentam obstáculos significativos. A sobreposição de portfólios é um dos maiores problemas. Como pontuado por Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, que teve uma saída tumultuada do cenário corporativo após ser preso em 2018 no Japão sob acusações de fraude financeira, ambas operam nos mesmos mercados e oferecem produtos semelhantes, o que levanta dúvidas sobre a complementaridade da parceria.
Outro ponto de incerteza é a posição da Renault, que detém 35% das ações da Nissan. A marca francesa declarou que avaliará "todas as opções" quanto à sua participação na nova holding, o que inclui uma possível venda de suas ações. Essa decisão vai ser um divisor de águas para o sucesso da nova parceria.
Por que fusões estão se tornando inevitáveis?
A fusão entre Honda e Nissan tem se mostrado inevitável, principalmente para a segunda, que viu seu lucro operacional cair 90% no ano passado. O movimento reflete uma tendência de mercado motivada por três grandes desafios: eletrificação, conectividade e direção autônoma. Esses pilares exigem investimentos bilionários e a colaboração para que montadoras possam competir com players mais ágeis e bem posicionados, como as empresas chinesas e a Tesla, parece ser o caminho natural.