Segundo o ministro da Fazenda, Brasil pode se aproveitar das medidas impostas pelos EUA, como o barateamento dos produtos brasileiros no mercado americano
NEWTON MENEZES/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Contudo, ele também fez um alerta sobre os possíveis impactos negativos que essa situação pode causar na economia da China
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugere que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adote uma postura cautelosa em relação às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. “A sociedade vai ter que pensar como se portar diante de um fato que é disruptivo do ponto de vista econômico. Não é o momento agora de anunciar medida. É tentar ver se a poeira abaixa, se estabiliza, para que nós possamos começar a nos movimentar, de maneira a nos proteger dessa situação, que é muito tensa mesmo”, declarou o Ministro da Fazenda nesta terça-feira (8), em evento do Bradesco BBI. Haddad também observou que o Brasil pode se aproveitar das medidas impostas. “Nossos produtos lá no mercado dos EUA vão ficar mais baratos. Se eu não estou enganado, as tarifas substituíram a política de cotas duras, o que significa dizer que tínhamos um bloqueio de exportação que, a princípio, não existe mais, o que nos permite avançar naquilo que eles importam hoje”, afirmou.
Contudo, ele também fez um alerta sobre os possíveis impactos negativos que essa situação pode causar na economia da China, que é o principal parceiro comercial do Brasil, além da possível queda nos preços das commodities. “Inclusive o petróleo chegou a bater a mínima de muito tempo. Eu estive nos Emirados Árabes este ano para discutir investimentos no Brasil. E o que se conversou bilateralmente foi a pressão americana para que o barril chegasse a US$ 60, e ele está quase neste patamar”, completou.
O ministro expressou otimismo ao afirmar que o Brasil pode enfrentar essa fase desafiadora de maneira semelhante ao que ocorreu em 2008, quando a crise financeira global teve um efeito limitado no país. “O Brasil, no quadro geral, está bem. Não tem dívida externa, tem reservas cambiais, tem um saldo comercial bastante robusto, está colhendo uma supersafra, está com taxa de juros alta e crescendo”.
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Sobre a questão do risco fiscal, Haddad demonstrou confiança no cumprimento das metas estabelecidas e afirmou que está acompanhando de perto a situação. Ele defendeu a necessidade de um ajuste fiscal gradual, diferentemente das medidas mais severas que foram implementadas na Argentina.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Fernando Dias