Depois de Haval e Ora, a GWM apresenta no Brasil a família Tank, começando pelo Tank 300 Hi4T, um SUV com proposta fora-de-estrada que não esconde as referências em modelos conhecidos, mas trouxe ao Brasil a combinação exclusiva híbrida plug-in com total de 393 cv. Custa R$ 333 mil em preço de lançamento, que vale até o fim de abril.
O Tank 300 já existe em diversos mercados no exterior, mas para o Brasil recebeu o conjunto composto pelo motor 2.0 turbo e um motor elétrico instalado na transmissão, um câmbio automático de 9 marchas e sistemas 4x4 com reduzida e diferenciais dianteiro, central e traseiro blocantes, conjunto mais preparado para o fora-de-estrada.
A própria GWM não escondeu que o Tank 300 é inspirado em outros modelos fora-de-estrada, como o Mercedes-Benz Classe G e o Jeep Wrangler. O formato básico da carroceria é algo clássico, com arredondados em alguns pontos para suavizar as linhas, mas fez questão de ter faróis redondos, estepe na tampa traseira e os para-lamas plásticos destacados. Esse estilo será seu principal argumento de venda, principalmente diante dos Haval H6 na mesma concessionária.
Nas fotos, ele aparenta ser um carro maior do que realmente é, com dimensões um pouco acima do seu irmão, o Haval H6, SUV que já estamos acostumados no Brasil, e isso também colabora no uso urbano do Tank 300, sem dimensões exageradas. E confesso que é mais bonito pessoalmente, principalmente em cores que não são esse cinza que a marca insistiu em focar na apresentação do carro - o laranja e vermelho caem melhor. Abaixo, uma tabela com suas principais dimensões e comparado ao Haval H6.
TANK 300 | HAVAL H6 | |
Comprimento | 4.760 mm | 4.683 mm |
Entre-eixos | 2.750 mm | 2.765 mm |
Largura | 1.930 mm | 1.886 mm |
Altura | 1.903 mm | 1.730 mm |
Por dentro, o Tank 300 também reúne muito de modelos conhecidos, como as saídas de ar, formato geral do painel e até um relógio ao centro. É difícil não enxergar o Classe G em diversos pontos, mas inegável que o Tank tem um bom acabamento, como já esperado depois de conhecer a família Haval e Ora. Nas redondezas do seletor do câmbio, botões para selecionar tração, modo de condução e bloqueios de diferenciais, em fácil acesso e intuitivos.

Foto de: GWM
O Tank 300 tem duas telas de 12,3" com um novo software e visuais configuráveis dentro da GWM. O sistema de som tem 9 auto-falantes, com subwoofer, mas sem uma assinatura conhecida, mas que atua também no cancelamento de ruídos do motor a combustão e, com trabalho de isolamento acústico, com o que se passa lá fora, mesmo no fora-de-estrada.
O Tank 300 quer se diferenciar de outros SUVs PHEV pelo seu sistema de tração e construção. Para começar, usa a arquitetura de chassi-carroceria, justamente para ter um alto grau de rigidez torcional para enfrentar diversos terrenos. Segundo, não tem apenas um motor elétrico no eixo traseiro, como o próprio Haval H6, mas sim um sistema completo de tração, que inclui diferenciais blocantes e eixo cardã, por exemplo.

Foto de: GWM
O motor a combustão é um 2.0 turbo, gasolina, com injeção direta, que tem uma embreagem o ligando ao conjunto de transmissão, que recebe um câmbio automático de 9 marchas e, entre os dois, um motor elétrico que pode atuar solo ou em conjunto com o combustão, gerando 393 cv e 76,4 kgfm de torque. Esta embreagem pode acoplar o 2.0 turbo ou deixar o elétrico trabalhar sozinho com a transmissão.
Esta transmissão tem um conjunto conhecido de modelos fora-de-estrada. Uma caixa de transferência manda a força, por eixo cardã, a um diferencial traseiro em 4x2 ou 4x4, que também recebe uma caixa de redução (que a GWM não divulgou a relação), um sistema que é mais eficiente no uso mais pesado, apesar de gastar mais energia mesmo que em 4x2 e modo elétrico. A bateria é de 37,1 kWH e está instalada entre a carroceria e o chassi acima do diferencial traseiro, que ocupa uma parte do porta-malas.

Foto de: GWM
No sistema EV, o Tank 300 pode ser recarregado em AC (6,6 kW) e DC (50 kW) e, segundo o Inmetro, pode rodar 75 km no modo elétrico (que na vida real podemos esperar algo mais próximo dos 100 km) e consumo de 18,4 km/litro na cidade e 18,7 km/litro na estrada, com gasolina em modo híbrido. São bons números para 2.630 kg em um SUV.
Esse primeiro contato com o Tank 300 foi em pista fechada. No asfalto, seus 393 cv se fazem presentes com a característica resposta rápida de um híbrido. Até esse motor elétrico de aproveita do câmbio de 9 marchas para reduzir sua rotação, como alguns PHEV mais caros fazem, e apesar de uma suspensão focada no fora-de-estrada, há um bom controle da carroceria, condizente com o que ele pode andar seu principal público irá usar.

Foto de: GWM
Na terra, sobra em estradas de terra. Além do sistema de tração, o Tank 300 tem modos de condução que variam pelo piso, que calibra acelerador, ABS, controles de tração e estabilidade e até bloqueios dos diferenciais conforme o selecionado. Há um curioso sistema que reduz o raio de giro, travando a roda interna traseira, mas só pode ser usado na terra, sob o risco de danificar algo se usado incorretamente.
Em números, o Tank 300 tem 700 mm de profundidade máxima de travessia de água, 32° de ângulo de entrada, 33° de ângulo de saída, 222 mm de vão livre do solo. Apesar de boa parte de seus compradores raramente precisarão de tudo isso, se chegarem a tocar na terra alguma vez na vida. Veremos seu uso completo em um teste em breve.