Governo Trump pode obrigar indústria do Brasil a buscar novos parceiros

há 2 meses 1

"Donald Trump tem um certo histórico de ter uma retórica eleitoreira e que não é necessariamente transposta para vida, na prática", comentou Euzébio de Sousa, professor da FESPSP:

Se implementada, medida pode impactar a indústria brasileira. Os principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos são bens industriais. Por isso, o professor de economia do Ibmec-RJ, José Ronaldo de Castro Júnior, avalia que o Brasil poderá ser afetado caso a taxação de importações seja implantada.

Porém, essa política não foi anunciada visando o Brasil. "A gente não é o maior alvo em relação a medidas protecionistas, os maiores alvos são China, Japão, Alemanha, mas principalmente a China. O ponto negativo é que o Brasil exporta para os Estados Unidos justamente alguns produtos que a gente tem dificuldade para exportar para outros locais, que são produtos industriais".

Entre os produtos exportados, o especialista destaca veículos rodoviários, motores, peças de computador, dispositivos médicos e aviões: "Pensando em aviões, é um dos produtos em que o Brasil tem competitividade, então acho difícil a gente ter problemas nesse mercado, porque a própria Boeing, a principal empresa americana desse setor, está com muita dificuldade de entregar".

Política econômica não deve mudar bruscamente, mesmo sob Trump: "Existe uma certa estabilidade na implementação da política econômica dos Estados Unidos, por isso não dá para dizer que eles vão dar um cavalo de pau, mudar completamente como os Estados Unidos implementam a sua relação comercial e a sua política econômica interna", avaliou Euzebio de Sousa.

Medidas podem impactar a inflação nos Estados Unidos. O especialista explica que a taxação pode criar um processo inflacionário nos Estados Unidos, tanto causado pelo aumento no preço dos insumos para produção no país como pela queda na competição que havia com a entrada de importados. A corretora Monte Bravo estimou que a taxação pode levar a queda no crescimento do país em 1,4% ao ano e elevar a inflação em 0,9% ao ano.

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