Embora o problema matemático resolvido pelo laboratório quântico da empresa em Santa Bárbara, na Califórnia, não tenha aplicações comerciais, o Google espera que os computadores quânticos possam um dia resolver problemas na medicina, na química de baterias e na inteligência artificial que estão fora do alcance dos computadores atuais.
Os resultados divulgados nesta segunda-feira vêm de um novo chip chamado Willow, que possui 105 "qubits", que são os blocos de construção dos computadores quânticos. Os qubits são rápidos, mas propensos a erros, pois podem ser deslocados por algo tão pequeno quanto uma partícula subatômica de eventos no espaço.
À medida que mais qubits são empacotados em um chip, esses erros podem se somar e fazer com que o chip não seja melhor do que um chip de computador convencional. Portanto, desde a década de 1990, cientistas têm trabalhado na correção de erros quânticos.
Em um artigo publicado na revista Nature nesta segunda-feira, o Google afirmou ter encontrado uma maneira de unir os qubits do chip Willow de modo que as taxas de erro diminuam à medida que o número de qubits aumenta. A empresa também afirma que pode corrigir erros em tempo real, um passo fundamental para tornar suas máquinas quânticas práticas.
"Já passamos do ponto de equilíbrio", disse Hartmut Neven, que lidera a unidade de IA quântica do Google, em entrevista.
Em 2019, a IBM contestou a alegação do Google de que o chip quântico do Google resolveu um problema que levaria 10.000 anos para um computador clássico, dizendo que o problema pôde ser resolvido em dois dias e meio usando diferentes suposições técnicas sobre um sistema clássico.