GM ultrapassa Tesla na produção de baterias para carros elétricos

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A General Motors acaba de atingir um marco estratégico na corrida dos veículos elétricos: segundo a Bloomberg, a montadora americana já produz mais células de bateria do que a Tesla nos Estados Unidos. E o feito é ainda mais impressionante porque suas fábricas ainda operam abaixo da capacidade máxima. Com megafábricas como a Ultium Cells, no Tennessee, funcionando 24 horas por dia, a GM consolida sua ambição de liderar o setor também em eficiência de produção e custo por quilowatt-hora.

A General Motors não apenas aderiu a essa estratégia — apostou todas as fichas nela.

Segundo uma reportagem da Bloomberg, as operações de baterias da GM nos Estados Unidos já são tão grandes que a montadora está produzindo mais células do que a Tesla. E isso com fábricas que ainda não operam em plena capacidade. A planta da Ultium Cells em Spring Hill, no Tennessee, fruto de um investimento de US$ 2,3 bilhões, funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e ocupa uma área equivalente a cinco campos de futebol americano. Lá, saem 5.000 células de bateria prontas por hora.

Fábrica de baterias da Ultium Cells LLC em Warren, Ohio

Outro complexo, também de US$ 2,3 bilhões, localizado em Lordstown, Ohio, segue o mesmo ritmo. Ambos são resultado de uma joint venture entre a GM e a sul-coreana LG Energy Solution, abastecendo modelos como o Chevrolet Equinox EV e o Cadillac Lyriq, que ganham popularidade nos EUA.

Parte desse sucesso se deve ao custo, especialmente no caso do Equinox EV. No BloombergNEF Summit deste ano, Kurt Kelty — ex-chefe de baterias da Tesla e agora líder de baterias e propulsão da GM — revelou que a empresa reduziu em US$ 60 o custo por kWh das baterias em 2024. Para 2025, a meta é cortar mais US$ 30, ampliando a produção e melhorando o rendimento de fabricação (isto é, a taxa de peças produzidas sem defeitos).

Plataforma Ultium e o conceito do Cadillac Lyriq ao fundo

Se conseguir, a GM pode atingir o patamar de US$ 100 por kWh (R$ 588) — uma redução de 50% em relação a 2023 — e até superar a Tesla em custos. A título de comparação, o custo médio por kWh na China, o mercado mais competitivo do mundo, é de US$ 94 (R$ 553), segundo o BNEF.

Apesar disso, a bateria do Blazer EV e do Equinox EV ainda custa cerca de US$ 13 mil (R$ 76.500), valor bem acima do que a GM gasta com motor e câmbio nos carros a combustão. Há um caminho a percorrer.

Para fechar essa diferença, a GM planeja substituir seus módulos atuais por células prismáticas — mais leves e eficientes. Para isso, criou em 2023 uma joint venture de US$ 3,5 bilhões (R$ 20,5 bi) com a Samsung SDI, que dará origem a uma nova fábrica de 640 acres em New Carlisle, Indiana. As células prismáticas, com formato de "tijolos" retangulares, se encaixam melhor e aproveitam melhor o espaço, aumentando a autonomia e reduzindo o peso dos veículos, segundo Kelty.

A produção nessa nova planta estava prevista para começar em 2026, mas foi adiada para 2027. Ainda assim, o compromisso da GM com a eletrificação parece ser irreversível. A escala dos investimentos e a abrangência do projeto tornam difícil qualquer recuo. Embora obstáculos políticos e regulatórios possam atrasar o ritmo no curto prazo, o futuro elétrico da GM está praticamente garantido.

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