Vice-presidente sugeriu que o Banco Central poderia adotar uma abordagem semelhante à do Federal Reserve, que exclui a alta dos preços de alimentos e energia de seus cálculos inflacionários
Cadu Gomes/VPR
O vice Geraldo Alckmin confia na capacidade do pacote fiscal de Fernando Haddad resolver o problema do déficit público
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que a aprovação do pacote fiscal no Congresso Nacional representa um avanço significativo para eliminar o déficit nas contas públicas do Brasil. Durante uma entrevista à Agência Brasil, após uma gravação para o canal Gov da EBC, Alckmin ressaltou que, embora nem todas as propostas do governo tenham sido aprovadas, a parte que passou pelo crivo dos parlamentares será crucial para a redução. Ele acredita que, ao zerar o déficit, o país poderá experimentar uma queda nas taxas de juros e um consequente aumento na atividade econômica.
Alckmin também criticou a política de juros altos, com foco especial na inflação dos alimentos. Ele destacou que o aumento dos preços dos alimentos no segundo semestre foi um dos principais impulsionadores da inflação. O vice-presidente sugeriu que o Banco Central do Brasil poderia adotar uma abordagem semelhante à do Federal Reserve dos Estados Unidos, que exclui a alta dos preços de alimentos e energia de seus cálculos inflacionários. Alckmin expressou otimismo em relação ao próximo ano, prevendo um cenário econômico positivo, impulsionado por expectativas favoráveis para a produção agrícola.
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No entanto, o otimismo de Alckmin não é compartilhado por todos. Economistas manifestaram preocupações sobre a eficácia do pacote fiscal aprovado. O mercado financeiro reagiu com cautela, e o dólar fechou em alta na segunda-feira (23), refletindo a desconfiança dos agentes financeiros em relação às medidas adotadas. Apesar do discurso do vice-presidente enfatizar a disciplina fiscal e a recuperação econômica, especialistas alertam que o pacote é visto como uma solução de curto prazo. Para acalmar o mercado e reduzir a volatilidade cambial, o Brasil precisaria de um projeto de desenvolvimento econômico mais robusto, que aborde desigualdades sociais e promova um crescimento sustentável a longo prazo.
*Com informações de Janaina Camelo
*Reportagem produzida com auxílio de IA