Somente dessa forma será possível garantir um crescimento econômico mais equilibrado para a indústria e promover investimentos, gerando emprego e renda de forma sustentada para a população.
Firjan, em nota.
Controle dos gastos públicos ajuda a conter alta do dólar. "Sem o governo demonstrar uma preocupação com a responsabilidade fiscal, o dólar não vai cair, e o câmbio alto pressiona a taxa de juros", afirma Marx Gabriel, CEO da MB Consultoria. "[O ajuste] é fundamental para reduzir o risco-país, aliviar a pressão cambial e possibilitar uma redução sustentável da taxa de juros", reforça a Firjan.
Ajuste anunciado pelo governo é considerado insuficiente. Para Gabriel, ainda há muitas incertezas na proposta anunciada na semana passada pela equipe econômica com a previsão de economizar R$ 71,9 bilhões até 2026. "Esperava-se que o governo apresentasse algo concreto para a redução de despesas e o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad colocou algo muito macroeconômico", avalia.
Aquecimento da economia pode contribuir para o ajuste fiscal. Róridan Duarte, membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon (Conselho Federal de Economia), afirma que a alta do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre eleva as receitas públicas sem aumento de carga tributária. "O ajuste [fiscal] pode se dar pelo lado das receitas, com menor necessidade de se depender apenas de cortes de despesas", diz.
Mercado financeiro não reage animado à alta do PIB. Diante das incertezas, o crescimento econômico não foi recebido positivamente em meio aos temores fiscais, afirma Felipe Sant´Anna, especialista da mesa proprietária Star Desk. "A curva de juros parece não ter tomado conhecimento de qualquer bom humor do governo", diz ele. "Pesa a situação do risco fiscal, as indefinições do governo e a falta de credibilidade na política econômica brasileira. O mercado não está nada animado para o final deste ano", complementa Sant´Anna.