Galípolo diz que BC precisa estudar impacto da reforma tributária na inflação

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O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para assumir a presidência do Banco Central a partir de 2025, foi questionado nesta terça-feira (8), durante sabatina na CAE (Comissão dos Assuntos Econômicos), sobre possíveis impactos da reforma tributária na inflação.

Ele disse que seria difícil fazer projeções sobre o futuro e indicou que o BC deve conduzir estudos técnicos para mensurar os impactos.

Galípolo foi questionado sobre o tema pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que conduz audiências públicas na CAE sobre o tema, embora o projeto de regulamentação da reforma (PLP 68/2024) esteja em tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). "Os primeiros efeitos inflacionários da reforma tributária serão sentidos, justamente, durante o seu mandato à frente do BC", disse o parlamentar.

Na resposta, o indicado ao comando da autoridade monetária avaliou que, sem a redação final do projeto, não é simples saber como será a redistribuição de carga tributária e seu efeito sobre o consumo e a inflação.

"[Este] tema tem sido debatido constantemente ali pelos diretores do Banco Central, que é a necessidade de a gente aprofundar em estudos para saber qual é o impacto da reforma tributária nos preços de mercado, especialmente de como vão se dar essas distribuições entre setores, por exemplo, serviço e indústria, e também entre consumo e investimento", ponderou.

Segundo ele, que ocupa o cargo de diretor de Política Econômica do BC, será necessário uma série de estudos pelo órgão e por especialistas acadêmicos.

"É uma atenção que temos, precisamos de estudos para reunir informações sobre esses futuros impactos", declarou. "É um processo de tentar tatear essas mudanças, mas, com certeza, é uma atenção que o Banco Central tem tomado, tem dado a isso, e até provocado para que meios acadêmicos e outras instituições possam fazer estudos para que a gente possa reunir mais informações sobre esse tipo de impacto", disse.

O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que a retirada da urgência constitucional do PLP 68/2024 na semana passada é importante para a aprovação de Galípolo na sabatina. "No período de vigência da urgência não houve tempo hábil para fazer esse debate [da indicação de Galípolo]", disse à Rádio Senado.

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