Esse descolamento no mercado não foi apenas uma questão de aumento de preços, mas de uma mudança no perfil de consumo e desejo da sociedade. Os SUVs representam a maior parcela de compra em 2024. No acumulado deste ano, entre janeiro e novembro, essa categoria representou 47,91% dos emplacamentos.
"O aumento da demanda por carros mais sofisticados, com maior conectividade e recursos avançados, fez com que as montadoras tivessem que se adaptar, oferecendo opções mais caras, alinhadas ao poder aquisitivo da nova realidade do mercado", avalia o professor de MBAs da FGV e especialista no setor automobilístico, Antônio Jorge Martins.
Além dos avanços tecnológicos envoltos na cadeia automotiva, há também outras explicações para esse aumento no valor dos automóveis.
"O preço do carro reflete na melhoria dos veículos produzidos, mas também no cenário macroeconômico, com carga tributária maior, dólar alto e protecionismo forte da indústria nacional. Isso complica o preço dos veículos", explica o professor titular de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ecio Costa.
O mercado espera até o fechamento do primeiro trimestre uma correção de 3% a 4% nas tabelas de preços.
*Colaborou Rodrigo Barros