Filha de Bibi Ferreira encontra 28 partituras inéditas da mãe; ouça 'Chiquinho Estudioso'

há 9 horas 2

A filha da atriz Bibi Ferreira, Thina, encontrou 28 partituras inéditas da mãe. A composição mais antiga foi criada quando a artista tinha apenas dez anos de idade. Os ritmos passam pelo foxtrote até o bolero, passando por blues e toada.

Thina conta que encontrou o material durante uma mudança de casa. Dentro de uma caixa, havia uma pasta com uma etiqueta em se lia "maravilhas da Bibi", que teria sido organizada pela mãe de Bibi, a bailarina Aída Izquierdo.

Bibi também escreveu alguns concertos, com partituras para diversos instrumentos, como piano, clarinete, saxofone, baixo, entre outros.

Segundo Thina, a grande paixão de Bibi era o piano. "Ela queria ser pianista concertista", diz.

Os próximos passos, explica a filha, envolvem a digitalização e catalogação do material. Ela ainda pretende encontrar letristas para algumas das composições que não têm letras. Posteriormente, elas devem ser gravadas.

Muitas das composições até tinham letra, mas só estavam registradas na cabeça de Bibi, não no papel, diz Thina. Nenhuma das 28 estão registradas na Biblioteca Nacional segundo a filha, mas algumas delas eram tocadas pela mãe em momentos íntimos com a família e amigos, e chegaram a ser gravadas de forma informal, como é o caso da inédita "Chiquinho Estudioso". A reportagem teve acesso a uma dessas gravações. Confira a seguir um trecho.

Thina Ferreira está trabalhando na organização do acervo da mãe, com o intuito de criar um museu sobre a vida da artista. Segundo ela, são cerca de 23 mil itens sendo organizados, digitalizados e catalogados. Por enquanto, as 28 partituras não devem entrar no acervo do museu. "Porque eu acho que elas têm de ser ouvidas antes", diz Thina.

A atriz e cantora Bibi Ferreira morreu em 2019, no Rio de Janeiro, após sofrer uma parada cardíaca, aos 96 anos. O nome de Bibi, nascida em junho de 1922 no Rio, era Abigail Izquierdo Ferreira.

Defensora do teatro como ofício, a exigir dedicação e técnica, Bibi se orgulhava da voz, que lhe permitia ser ouvida por toda a sala, sem microfone, nos maiores teatros. Os espetáculos que mais marcaram a sua trajetória foram todos musicais.

Ela passou a priorizar o gênero na década de 1960. Um dos espetáculos que trouxe de Nova York foi "My Fair Lady", em 1962, junto com Paulo Autran, ator que voltaria a dividir o palco com ela no musical "O Homem de La Mancha", de 1972.

Admiradora da Broadway, ela defendia com persistência o teatro brasileiro. Um de seus últimos projetos, que não conseguiu viabilizar, foi um espetáculo de revista com orquestra, coristas e luxo, para uma geração que só conhece musical americano, hoje.

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