Ao contrário do que vem acontecendo na Jeep, ter um motor diesel na linha ainda faz sentido para a Fiat Toro. Tanto que a marca usa uma estratégia "em Y", com as versões Endurance e Freedom flex na base para, a partir daí, o público determinar um uso mais urbano e luxuoso com as versões Volcano e Ultra flex, ou mais dedicado a trabalho e autonomia com as Volcano e Ranch Diesel.
A Fiat já havia anunciado a chegada do novo 2.2 turbodiesel para a Toro 2025 no começo de fevereiro, mas só agora deu os primeiros detalhes da picape com o "motor da Rampage". O Motor1.com Brasil foi convidado para um breve contato com a picape em sua nova fase a diesel que, embora curto, já mostrou que a Toro ficou mais próxima da prima da Ram do que nunca.

Foto de: Fiat
Fiat Toro Volcano 2.2 turbodiesel AT9 4x4 2025
Primeiro, os números
Sai de cena o 2.0 turbodiesel e entra o 2.2 turbodiesel. Nessa mudança, a Toro saiu de 170 cv de potência e 35,7 kgfm de torque para 200 cv e 45,9 kgfm. Respectivamente, um aumento de 17% e de 28%. Como já era antes, quem desejar transmissão automática de 9 marchas e tração nas quatro rodas tem que optar pelo diesel. Todas as demais versões flex usam câmbio automático de 6 marchas e têm tração apenas dianteira.
O perceptível aumento nas entras do propulsor levou ao uso de um câmbio com relações mais alongadas, mesmo fenômeno que ocorreu com o Jeep Commander 2025, agora equipado com o 2.2 turbodiesel apenas na versão Overland. Apesar de a Fiat Toro ter ficado mais pesada com o novo motor, indo a 1.910 kg em ordem de marcha contra 1.895 kg da linha 2024 com o 2.0, todos os números de performance melhoraram.
A Fiat declara que a Toro 2.2 turbodiesel acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, contra 11,6 s do 2.0. A retomada de 80 a 120 km/h caiu de 9,4 s para 7,9 s. Também houve uma melhora na velocidade máxima, indo de 193 km/h para 201 km/h. Isso é resultado da melhora da relação peso/potência. Quanto mais potência e menos peso o carro tem, mais rápido ele fica independente dos números. Na Toro diesel, caiu de 11,35 kg/cv para 9,73 kg/cv. Com a mudança, o consumo aferido pelo Inmetro é de 10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada.
Mais alterações
A Fiat Toro está seguindo fielmente a cartilha da Stellantis ao adotar o motor mais potente. A picape passou por alterações no sistema de escape, nos freios e também na suspensão. No primeiro, o sistema foi totalmente substituído e adota o mesmo da Ram Rampage, incluindo o sistema de injeção de Arla 32 no escape. Os discos de freio dianteiros tiveram o diâmetro aumentado, usando as mesmas peças da Rampage.
Por último, a engenharia da Fiat aumentou a pré-carga nas molas da suspensão dianteira para lidar com os 15 kg a mais de propulsor à frente do eixo dianteiro. É um artifício muito comum em motos, onde se deixa a mesma mola mais comprimida para lidar com peso extra, evitando a troca da peça. Ainda que mais pesada, a Fiat não mudou a carga útil da Toro, que permanece em 1.010 kg. Vale lembrar que veículos com menos de uma tonelada de carga útil ou sem 4x4 com reduzida não podem usar motores a diesel no Brasil.
Preços, versões e equipamentos

Foto de: Fiat
Fiat Toro Volcano 2.2 turbodiesel AT9 4x4 2025
A configuração Volcano é a única da Toro que te dá a opção de motor flex ou diesel. Mas os equipamentos não mudam. A versão traz de série ar-condicionado automático de duas zonas, painel de instrumentos digital com tela de 7" multimídia com tela de 8,4", rodas de liga leve de 18", volante revestido de couro, bancos de couro, banco do motorista com ajuste elétrico, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico, capota marítima, 6 airbags, acabamentos cromados, câmera de ré, carregador de celular por indução e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.

Foto de: Fiat
Fiat Toro Ranch 2.2 turbodiesel AT9 4x4 2025
Fiat Toro Ranch 2.2 turbodiesel AT9 4x4 (R$ 224.990)
A versão mais cara da Toro diesel acrescenta à Volcano frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa, comutação automática de farol alto e central multimídia com tela de 10".

Foto de: Fiat
Fiat Toro Ranch 2.2 turbodiesel AT9 4x4 2025
Pouco para dizer, apenas para sentir
O contato com a nova Toro diesel foi bem breve. Limitou-se a apenas três voltas na pista do Circuito Panamericano (campo de testes da Pirelli) e mais uma em estradas de terra nos arredores da propriedade. Foi pouco para tirar conclusões definitivas sobre o desempenho do novo motor, mas o suficiente para notar algumas diferenças.
No asfalto, a diferença de desempenho fica evidente. A Toro diesel acelera com mais vigor desde rotações mais baixas, o que condiz com a melhora no 0 a 100 km/h anunciada pela Fiat. Outra característica perceptível é a maior suavidade de operação. O motor 2.2 é mais silencioso que o 2.0 e, com mais torque disponível mais cedo, evita trabalhar em rotações altas quando exigido. Isso também é mérito da transmissão retrabalhada, que reduz a busca constante por marchas, mantendo o motor na faixa ideal de rotação e aproveitando melhor seu desempenho.
Na terra, sem surpresas. A Toro segue sendo uma opção aceitável para estradas de chão batido. Não é um veículo para atoleiros, mas cumpre bem o papel de levar a família a locais sem asfalto. Com um comportamento mais previsível e controlado, o 2.2 torna a passagem por obstáculos mais tranquila.
A mudança de pré-carga nas molas dianteiras pouco ou nada afetou o comportamento dinâmico da Toro, que ainda exibe um perceptível rolamento de carroceria em curvas. O contraponto é que é por conta dessa "maciez", que a picape consegue filtrar tão bem imperfeições, seja no asfalto ou na terra. Mas é o refinamento do propulsor e as alterações de câmbio que deixaram a Toro mais refinada no andar, diminuindo a distância entre ela e a Ram Rampage diesel.
Agora, resta aguardar a chegada da Fiat Toro 2.2 turbodiesel à redação do Motor1.com Brasil para testes mais completos. O modelo tem potencial para ser um ótimo companheiro em viagens longas, algo que ainda precisa ser comprovado na prática.