Em um momento delicado tanto econômico quanto politico, o Continente Europeu está pronto para investir pesado em sua indústria bélica. E os primeiros sinais desse novo caminho estão no interesse da fabricante de tanques de guerra Rheinmetall, que está ''fortemente'' interessada em adquirir uma das plantas do Grupo Volkswagen.
A confirmação veio através do CEO da Rheinmetall, Armin Papperger, ao portal Reuters durante a última semana. O executivo vê com bons olhos a aquisição e transformação da planta de Osnabrück, na Baixa Saxônia (ALE), que está com ociosidade em sua produção. A planta é responsável pela produção do Volkswagen T-Roc Cabriolet, carroceria que não ganhará sucessor quando a nova geração do SUV chegar ao mercado, e os esportivos 718 Cayman e Boxster, vendidos pela Porsche. No passado, já produziu modelos clássicos como o Karmann-Ghia e o Fusca conversível.

Volkswagen T-Roc Cabriolet

Porsche 718 Boxster
Fábricas para a produção de veículos militares exigem guindastes de grande porte e capacidade de carga adequada, explicou Papperger. "Nesse cenário, poderíamos também considerar se uma fábrica como a de Osnabrück, que acredito ser muito adequada, poderia entrar em nossos planos".
Em dezembro, após chegar a um acordo com o sindicato alemão para reduzir custos, a Volkswagen afirmou que estava explorando cenários alternativos para o futuro da unidade, alimentando expectativas de uma possível venda que poderia proteger empregos e evitar custos adicionais de reestruturação para o conglomerado.

Foto de: Jason Vogel
As declarações de Papperger surgem duas semanas após a Rheinmetall anunciar que reaproveitaria duas de suas próprias unidades automotivas principalmente para produção de equipamentos militares, uma possibilidade que, segundo ele, também poderia ocorrer em outros locais da empresa.
As medidas vêm principalmente após o enfraquecimento das relações externas do Velho Continente com os Estados Unidos. O presidente dos EUA já ameaçou retirar o apoio ao bloco europeu e a guerra da Rússia na Ucrânia ameaça a segurança dos países europeu.

Foto de: Thomas Tironi
MAN-Rheinmetall HX-81 8x8
O interesse da empresa militar no Grupo Volkswagen também não é recente, já que as duas mantém um acordo de cooperação para produção de caminhões militares baseados nos caminhões da MAN, que tem ligações com a divisão de caminhões da VW europeia, com a Rheinmetall tendo 51% de participação na divisão de utilitários militares feitos pela marca.
Também não será uma total surpresa se as duas empresas chegarem a um acordo parecido para a produção de veículos, já que o setor automotivo europeu vem buscando novas formas de lucrar após as quedas vertiginosas de vendas nos últimos anos. A própria Volkswagen já fabricou veículos durante a Segunda Guerra, criando derivados do Fusca como o Typ 82 Kübelwagen, durando de 1940 a 1945, além de versões especiais do Fusca e até um carro anfíbio, o Typ 166 Schwimmwagen.
A crise que afeta diretamente as finanças da Volkswagen tem origem tanto na Europa quanto na China. De acordo com Arno Antlitz, que lidera os setores financeiro e operacional da marca, o mercado europeu encolheu consideravelmente depois da pandemia e provavelmente não voltará ao patamar comercial de antes. Com esse recuo, a Volkswagen deixará de vender pelo menos 500.000 carros por ano, afetando diretamente as previsões de lucro e gerando ociosidade nas fábricas.
Para piorar, a Volkswagen não tem mais os "cheques vindos da China", como disse o próprio CEO Oliver Blume. O país foi por décadas a 'galinha dos ovos de ouro' da montadora, mas passou por mudanças profundas nos últimos anos. O consumidor chinês, até então fiel comprador de marcas estrangeiras, migrou para fabricantes locais e consolidou sua preferência doméstica em detrimento de opções europeias.
Os últimos acordos tinham garantido a produção de Osnabrück, mas seu futuro é incerto depois disso. A Reuters disse há cerca de um mês que a Volkswagen estaria disposta a vender a unidade para um comprador chinês. O mesmo vale para a fábrica de Dresden, que também poderá ficar ociosa após o encerramento da montagem do hatch elétrico ID.3 no final do ano.
A Rheinmetall, por outro lado, nunca viveu um momento financeiro tão bom em sua história, tendo crescido quase 10% no dia em que anunciou seus resultados anuais de 2024. Segundo a Euronews, em 2025, a Rheinmetall prevê que as vendas anuais aumentem entre 25% e 30% a nível do grupo e entre 35% e 40% na sua atividade de defesa.
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