Em consequência da sentença, Departamento de Justiça dos EUA está agora propondo à Justiça que a Alphabet seja obrigada a vender seu navegador, o Chrome. "O comportamento ilícito da Google privou as rivais, não só de canais de distribuição críticos, como também de parceiros de distribuição que, de outro modo, poderiam permitir o ingresso de concorrentes nesses mercados, de maneiras novas e inovadoras", consta da ata publicada nesta quarta-feira (20/11).
Em outubro, o DoJ já havia anunciando a intenção de impor "corretivos estruturais" para impedir a Google de usar parte de seus produtos. Além da proposta da venda do Chrome, o departamento também defende novas medidas relativas à inteligência artificial (IA) e ao sistema operacional para celulares Android.
Autoridades antitruste e alguns estados americanos aderiram ao assim chamado "processo da década", pois iniciou-se durante o mandato de Donald Trump (2017-2021) e continuou sob o presidente Joe Biden. Ele marca o mais significativo esforço governamental para conter o poderio de uma multinacional tecnológica, desde a tentativa frustrada do DoJ para desmembrar a Microsoft, cerca de 20 anos atrás.
O que o Chrome representa para a Google
Perder seu navegador seria um duro golpe para a Google: enquanto 90% das buscas online globais se realizam através de sua máquina, mais de 60% dos usuários recorrem ao Chrome para tal. Enquanto porta de entrada da Google para a internet, ele lhe permite promover seus próprios produtos e manter sua clientela, inclusive serviços como o Gmail para mensagens eletrônicas, e o Gemini para IA.
Mais importante ainda, o Chrome é uma parte crucial do negócio central da Google, de venda de publicidade na internet. As buscas através dele lhe permitem coletar um volume de dados - tais como procedimentos de busca e websites preferidos - bem maior do que as realizadas por outros navegadores. A multinacional usa essa quantidade de informações para posicionar seus anúncios mais eficazmente.