Só no ano passado, a exportação de amianto gerou R$ 364 milhões em receita para a empresa. O valor é um terço do faturamento total da Eternit no ano, que foi de R$ 1,1 bilhão.
A empresa acaba de sair da recuperação judicial. A Eternit entrou em recuperação judicial em 2018, após o amianto ter sido proibido no país. Após a liberação da exploração da mina em Goiás, em 2019, a empresa voltou a dar lucro. Em 2021 veio a pandemia, e as vendas de telhas explodiram, o que reforçou ainda mais a recuperação da companhia. Em outubro do ano passado, a Eternit pediu o fim da recuperação à Justiça. A decisão saiu na última sexta-feira (9).
Caso a mina seja fechada, a empresa vai precisar enxugar sua estrutura, diz o CEO.
A empresa não vai ter a mesma estrutura que tem hoje. Se a mina fecha, por exemplo, meu salário não cabe aqui. Sem a mina a gente vai ter que ir para um outro patamar de custo fixo, vamos ter que enxugar.
Paulo Roberto de Oliveira Andrade, CEO da Eternit
A expectativa da empresa é de que, se a decisão for pelo fechamento da mina, seu efeito não será imediato. Um dos argumentos é o impacto para a economia da cidade. A mina tem hoje cerca de 400 funcionários, diz a empresa. Se contar com os trabalhadores indiretos, o número sobe para cerca de 1.500.
Mas, segundo um estudo do MPT (Ministério Público do Trabalho), a região não depende do amianto para sobreviver. O levantamento, conduzido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), mostra que houve diversificação econômica na cidade, que passou a ser um polo de comércio e de exploração de outros minerais, diz o MPT.