A Boeing cortará cerca de 17 mil empregos e atrasará a primeira entrega de seu jato 777X, no mais recente esforço do fabricante de aviões para superar suas crescentes dificuldades financeiras.
O diretor executivo Kelly Ortberg anunciou os cortes, equivalentes a 10% de sua força de trabalho, em uma mensagem aos funcionários nesta sexta-feira (11). "Nosso negócio está em uma posição difícil, e é difícil exagerar os desafios que enfrentamos juntos", disse Ortberg, que foi nomeado ao cargo no final de julho.
A Boeing precisa "reajustar níveis de força de trabalho para alinhar com nossa realidade financeira e um conjunto mais focado de prioridades", disse ele, acrescentando que os cortes incluiriam executivos, gerentes e funcionários.
Ortberg também anunciou que a primeira entrega do jato 777X da Boeing —que estava inicialmente prevista para entrar em serviço comercial em 2020— será novamente adiada, de 2025 para 2026.
A empresa americana, em um comunicado separado desta sexta, alertou os investidores de que seus resultados do terceiro trimestre, que serão divulgados ainda este mês, "reconhecerão os impactos" relacionados à paralisação de funcionários, que entraram em greve no mês passado, bem como "encargos para certos programas".
A empresa afirmou que as receitas para o trimestre seriam de US$ 17,8 bilhões (R$ 99,8 bi), um valor que ficaria aquém das expectativas dos analistas em cerca de 3%. A empresa, que está operando com prejuízo, agora espera um fluxo de caixa operacional negativo de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,2 bi) para o trimestre.
Agora, o plano da Boeing é assumir encargos antes de impostos de US$ 5 bilhões (R$ 28 bi) no trimestre, incluindo US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bi) nos programas de aviões comerciais 777X e 767 e US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bi) para seu negócio de defesa, espaço e segurança.
As ações da Boeing caíram cerca de 2,5% nas negociações após o expediente.