Keiny trabalhava em uma loja que vendia artigos luxuosos, como calçados, joias e roupas —chegou a ocupar o cargo de gerente de logística na empresa— e hoje limpa casas de alto padrão nos EUA.
Depois de alguns anos estabilizada, comecei a me preocupar com o meu futuro. Onde eu me via em 10, 20, 30 anos? Queria comprar uma casa, ter galinhas e bodes, vários filhos. Para ter essa vida, eu precisava de tempo.
Keiny Hughes
Ela começou a pensar em trocar de carreira quando viu a chefe, que tinha 20 anos de empresa, ganhando apenas 40% a mais do que uma pessoa que trabalhava no mesmo local há três anos. Aquilo não batia com o que ela procurava: mais tempo e dinheiro.
"Minha sogra trabalha há 39 anos como faxineira aqui, mandou dois filhos para a faculdade sem precisar de empréstimo e tem várias propriedades nos EUA e no Brasil. Era esse tipo de liberdade que eu queria", acrescenta ela, em entrevista ao UOL.
Keiny estudou as possibilidades por seis meses, antes de criar coragem de pedir demissão. Durante esse tempo, ela trabalhava na empresa de varejo nos dias úteis e, aos finais de semanas, limpava casas com os sogros. A ideia era ganhar experiência.
'200 dólares por faxina'
Ela pediu demissão no dia 6 de agosto de 2023. "Hoje fazemos 20 faxinas por semana, cobrando uma média de US$ 200 (R$ 1.200) cada uma."