As marcas de moto indiana mais recentes aqui no Brasil, como a Royal Enfield e especialmente a Bajaj, que chegou no país no fim de 2022, parecem ter gerado mudanças severas no nosso mercado. Agora, até a consagrada Honda e a massiva e simples Shineray estão modernizando suas motos mais populares, colocando itens que pareciam não ser de muito interesse para elas.
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A última atualização do mercado de motos aconteceu na Honda NXR 160 Bros, que junto de uma repaginada e outras mudanças passou a ter freios ABS e algumas luzes em LED, uma mudança que por mais que desejada por qualquer piloto e cliente consumidor não era esperada, simplesmente porque o modelo já é líder absoluto em seu segmento há vários anos e como é de costume falar: em time que está ganhando não se mexe.
Claro que não podemos descartar os planos da gigantesca Honda, que sim pode ter pensado em tudo isso e também em modernizar seu modelo. Porém é inegável que as marcas de moto indiana, principalmente a Bajaj, estão afetando os pensamentos de todas as fabricantes brasileiras.
Com menos de dois anos de mercado a Bajaj já conquistou o topo de uma categoria do segmento. Com a Dominar 400 a marca desbancou as consagradas Yamaha MT-09 e também a Honda CB 500X, se tornando a naked mais vendida do Brasil e arrecadando cada vez mais consumidores.
O valor mais competitivo do que o das concorrentes certamente contou para essa arrecadação de fãs da 400 e isso pode sim fazer com que agora, mais brasileiros se interessem pelas Bajaj de entrada, como Dominar 160 ou até a 200. Estas sim concorrentes mais próximas da NXR 160 Bros.
Essa atualização da Honda Bros com itens que não são de costume aqui no Brasil para a categoria já é de série em todas estas Bajaj desde o lançamento da marca no país. Mesmo com a insistência em um painel misto, desde a 160, as Dominar contam com: freios ABS, banco bipartido, monoamortecedor traseiro e o mais importante, o preço competitivo de R$ 16.990, para a Dominar 160, e R$ 19.990, no caso da Dominar 200. A nova Honda NXR 160 Bros parte de R$ 20.490.
Além do produto competitivo a Bajaj chega também com planos que a tiram de uma posição de marca acomodada, apontando que ela pretende sim brigar entre as maiores. Como afirmado pela própria indiana, em 2024 elas pretendem triplicar seus números em relação a 2023, meta que está sendo batida com eficiência.
Atualmente, segundo a Fenabrave, a Bajaj é a 11ª marca de motos em número de emplacamentos no Brasil. Com 4.594 unidades comercializadas até julho deste ano, ela é quase três vezes maior do que a comparação com o mesmo período de 2023, quando emplacou 1.759 motos.
A Bajaj é a 3ª maior marca de motos da Índia e também a 5ª do mundo, em números de vendas.
Quem também entrou nessa forma de modernizar seus modelos foi a Shineray, que no início do ano prometeu junto da italiana SWM, trazer motos com motor 500 aqui para o Brasil. Até o momento essa parceria não foi vista, mas outras novidades como a Shineray Storm 200, a maior da fabricante, chegaram recentemente ao mercado. A ainda pequena 200 conta com ABS de canal duplo, sistema full LED e até entrada USB.
- Todas essas mudanças não representam necessariamente uma atualização em todas as motos 150 ou 160 do Brasil, mas talvez o consumidor possa ter esperanças de uma CG ABS.
Se engana quem pensa que essa chegada da Bajaj é uma novidade no quesito “susto nos concorrentes”. Trazendo um exemplo do mercado de quatro rodas, três momentos abalaram as estruturas por aqui.
O primeiro momento foi nos anos 1990. Com o fim da ditadura militar e novas políticas de comércio, o mercado exterior foi aberto e o Brasil começou a importar produtos. Nesta linha o mercado de carros – principalmente os mais sofisticados – ganhou mais concorrentes e modelos como o Chevrolet Opala receberam páreos duros mais requintados, o que forçou a indústria a caprichar mais nos seus veículos.
Em 2010 foi a vez da chinesa Jac, que mesmo sem vingar por aqui ameaçou muito os concorrentes com sua vasta tecnologia até no seu modelo mais simples e assim obrigou as nacionais a deixarem os singelos tecnológicos. Agora mais uma chinesa está por aí e na mesma pegada, a BYD, que investindo muito no mercado de elétricos fez com que os preços dos veículos sofressem uma queda bruta e assim se destacou até alcançar o marco de maior elétrica do país.
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