Edgar Telles Ribeiro é eleito para cadeira que foi de Antonio Cicero na ABL

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Edgard Telles Ribeiro foi eleito nesta quarta-feira (11) para a cadeira de número 27 da Academia Brasileira de Letras, posição antes ocupada pelo poeta Antonio Cicero que morreu em outubro deste ano, aos 79 anos. O romancista e diplomata aposentado recebeu 28 votos.

Telles Ribeiro já despontava como favorito desde quando as candidaturas foram fechadas. Além de uma carreira literária de prestígio —já com um reconhecimento da própria ABL, que lhe concedeu um prêmio pela obra de ficção "Olho do Rei" em 2006— acompanhava com frequência palestra e debates realizados pela instituição.

Autor de mais de 15 livros, entre ficção e não ficção, Telles Ribeiro assinou romances, como "Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos" (2004) e "Jogo de Armar", ambos finalistas do prêmio Jabuti. O segundo é sua obra mais recente, publicada neste ano pelo autor de 80 anos.

Nascido no Chile, o escritor é hoje morador do Rio de Janeiro. Seu livro de estreia na ficção, "O Criado-Mudo" (1991), já foi publicado nos Estados Unidos, na Alemanha e na Holanda.

O mais novo membro da ABL é também cineasta e professor de cinema. "O Criado-Mudo", inclusive, foi primeiramente escrito como um filme para Eduardo Escorel e depois reformulado para um romance com algumas características cinematográficas preservadas.

Como diplomata, Telles Ribeiro serviu em diferentes países e continentes e foi embaixador na Nova Zelândia, na Malásia e na Tailândia. No Brasil, trabalhou na área cultural do Ministério das Relações Exteriores e chefiou o departamento de 2002 a 2005.

Em março deste ano, Telles Ribeiro já havia concorrido a outra cadeira da ABL. A vaga anteriormente ocupada pelo historiador Alberto da Costa e Silva foi passada à também historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. Na eleição anterior mais recente, Schwarcz foi eleita com 24 votos contra os 12 que Ribeiro recebeu na ocasião.

Agora, Telles Ribeiro foi escolhido em meio aos 15 postulantes à cadeira 27. Entre os candidatos estavam o poeta Carlos Cardoso, a professora de língua e tradução Sonia Netto Salomão e o romancista João Calazans Filho. O jornalista e escritor Tom Farias, que é colunista da Folha, também participou da disputa e acabou em segundo lugar com seis votos.

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