Dólar volta a subir e fecha a R$ 6,00 após alta da Selic

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Após máxima a R$ 6,0487, o dólar à vista perdeu parte do fôlego na reta final dos negócios e fechou em alta de 0,86%

ITACI BATISTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Cédulas de Real e dólar

Já o contrato de dólar futuro para janeiro apresentou giro expressivo, acima de US$ 19 bilhões

As incertezas fiscais domésticas e o avanço da moeda americana no exterior impediram que o real se beneficiasse nesta quinta-feira (12), do choque de juros promovido nesta quarta (11), pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Após um mergulho nas primeiras horas de negócios, quando furou o piso de R$ 5,90 e registrou mínima a R$ 5,8681, o dólar à vista ganhou força no restante do pregão e voltou a fechar acima do nível de R$ 6,00.

A derrocada do real se deu em meio a notícias sobre as negociações do pacote fiscal no Congresso, que acentuaram o risco de desidratação e redução da potência das medidas de contenção de gastos propostas pelo ministério da Fazenda. Esse movimento se deu em conjunto com a piora dos demais ativos domésticos, em especial avanço dos juros futuros longos, mais ligados à percepção de risco fiscal.

Operadores citaram também fatores técnicos que podem ter turbinado o dólar, como ajustes e realização de lucros, após o tombo da moeda ontem no fim da tarde e hoje pela manhã, e demanda pontual mais forte de importadores. Ontem, o dólar mergulhou na reta final da sessão e fechou em queda de 1,53%, em movimento que coincidiu com a informação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaria por novo procedimento intracraniano.

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Após máxima a R$ 6,0487, o dólar à vista perdeu parte do fôlego na reta final dos negócios e fechou em alta de 0,86%, cotado a R$ 6,0072. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para janeiro apresentou giro expressivo, acima de US$ 19 bilhões – que sugere mudanças relevantes de posicionamento dos investidores.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes – apresentou leve alta, aproximando-se dos 107,000 pontos na máxima (106,962 pontos). As taxas dos Treasuries subiram após resultado acima do esperado da inflação ao atacado nos EUA. A moeda americana subiu em bloco na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com o real como grande destaque negativo.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, se reuniu hoje à tarde com os relatores do plano fiscal no Congresso. Possíveis mudanças em propostas relacionadas ao BPC e ao projeto que limita utilização de créditos para compensação de débitos tributários podem ocorrer.

Ontem, o Copom elevou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,25%, em um comunicado considerado duro. A decisão já era esperada por ala relevante do mercado. A surpresa ficou por conta da afirmação de que o comitê “antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.

Em tese, juros mais altos aumentam a atratividade para operações de carry trade, que exploram diferença de juros entre países. Além disso, tornam mais custoso o carregamento de posições em dólar, o que deveria levar a desmonte de parte de hedge cambial e até de apostas contra a moeda brasileira.

Pela manhã, o BC vendeu oferta integral de US$ 4 bilhões divididos em dois leilões de linha com compromisso de recompra. Operadores afirmam que a operação buscou suprir demanda de moeda à vista típica de fim de ano, quando as linhas para financiamento de comércio escasseiam e há remessas de lucros e dividendos ao exterior.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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