Depois de bater recordes, para onde vai a Bolsa?

há 4 meses 10

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deu indicações nesse sentido. "Uma redução tardia dos juros ou insuficiente poderá enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego", disse ele, no Congresso Americano, no mês passado. É essa certeza de que agora vai — que os cortes vão ser feitos em setembro — que está fazendo a Bolsa brasileira e muitas outras pelo mundo subirem.

Mudança nos juros dos EUA afeta o Brasil

Os juros americanos passaram a subir há dois anos, para conter a inflação da pandemia. Desde então, os investidores consideraram que era mais seguro e rentável deixar dinheiro no Tesouro Americano, que paga entre 5,25% e 5,50% ao ano, em vez de se arriscar em Bolsas emergentes, como a brasileira.

Com o corte de juros, o dinheiro volta para mercados como o Brasil. Com a entrada de mais dólares no país, o real se valoriza em relação ao dólar e, consequentemente, a inflação brasileira tende a cair. A desinflação da economia americana, acompanhada por uma desaceleração econômica suave, abre espaço para cortes na taxa de juros aqui. "Este movimento diminui o risco dos países emergentes, como o Brasil, e impulsiona os ativos de risco. Já podemos observar um fluxo positivo de capital estrangeiro na B3", diz Daniel Sabino, diretor do Grupo NanoCapital.

Investidores voltaram a investir no Brasil. Em um único dia, 15 de agosto, investidores estrangeiros trouxeram R$ 1,29 bilhão para o Brasil. Em agosto, já há um saldo positivo de R$ 4 bilhões. Isso inverte a fuga que vinha acontecendo desde o começo do ano. O saldo ainda está negativo em R$ 32,513 bilhões, segundo dados da B3 coletados pela Nova Futura Investimentos.

Bolsa continuará em alta?

Se nada mudar e o Fed cortar os juros americanos, a Bolsa deve continuar se recuperando. "A Bolsa deve seguir sua tendência de alta", segundo publicou o BB Investimentos. Mas podem acontecer oscilações. "O Ibovespa opera muito próximo ao limite superior. Nesse patamar, é comum a ocorrência de curtos períodos de realização (vender ações para embolsar o lucro), mesmo dentro da tendência", publicou o banco.

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