Outro fator lembrado por analistas é a Nova Política Industrial do governo Lula (PT). Em janeiro, o governo anunciou um projeto de R$ 300 bilhões até 2026 para financiar iniciativas relacionadas à infraestrutura do país. Para complementar os investimentos de bancos públicos como o BNDES, o governo anunciou, em julho, a lei que cria a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), focado em aportes de infraestrutura, indústria, inovação e pequenas empresas.
Vale a pena só por não ter cobrança de IR?
É necessário fazer as contas. Fernando Siqueira, da Guide, diz que não costuma recomendar o investimento porque, na maior parte dos casos, o rendimento acaba não sendo superior a títulos públicos de renda fixa, como o Tesouro Direto, por exemplo. O ideal é sempre fazer a comparação entre investimentos com e sem impostos para entender qual é o mais vantajoso.
Risco de crédito é fator a ser estudado. Para Guilherme Suzuki, da Astra Capital, é possível encontrar títulos de empresas com um risco satisfatório, mas que entregam rentabilidades acima daquelas oferecidas no Tesouro Direto.
Para diminuir o risco da carteira, ele diz que uma dica é fazer uma diversificação setorial, escolhendo companhias de diferentes segmentos. Ele indica avaliar o setor em que a empresa está inserida, o tamanho da sua dívida e os fundamentos antes de tomar uma decisão. Além disso, é preciso mensurar o risco do projeto em si, já que a empresa pode, eventualmente, não honrar com os pagamentos, completa Siqueira, da Guide.
É possível negociar o investimento no mercado secundário. Segundo Caye, da Nippur Finance, esse é outro fator de atratividade das debêntures incentivadas. Como exemplo, ele afirma que uma debênture contratada a uma taxa de 12% ao ano, passará a ser negociada a 10% com uma eventual queda na taxa de juros. Mas se um investidor quiser se desfazer de forma antecipada daquele investimento no mercado secundário, o interessado deverá pagar um valor maior, como os 12% ao ano.