De onde vem o dinheiro que o BC está usando para baixar o dólar?

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No final dos anos 90, o BC tinha cerca de US$ 68 bilhões em reservas. De 2010 para cá, esse volume tem se mantido acima da casa dos R$ 300 bilhões. "Com o chamado 'boom das commodities', no qual o Brasil se beneficiou da forte expansão da demanda no mundo por minério e matérias-primas, especialmente da China, a balança comercial teve sucessivos resultados positivos, gerando uma entrada forte de dólares no país", explica Douglas Ferreira, diretor da mesa de câmbio da Planner Investimentos.

Em 2007, pela primeira vez, as reservas passaram de US$ 100 bilhões. Em 2008, chegaram, a US$ 200 bilhões. O ano até agora com maio valor reservado foi 2018, com R$ 379,722 bilhões.

Na prática, para que servem essas reservas?

Essencialmente, para controlar o câmbio. O BC, se quisesse, até poderia torrar todo o dinheiro. Mas isso provocaria inflação. Por isso, muitas vezes o banco faz leilões com recompra de dólares no futuro, para evitar inundar o mercado de dinheiro, o que elevaria a inflação.

Mas, desde 2022, o Banco Central tem preferido controlar o câmbio — não por meio de leilões de dólares — mas pelo aumento da Selic, a taxa básica de juros nacional. Funciona assim: com juros mais elevados no Brasil, muitos investidores emprestam dinheiro em países onde a taxa é baixa e aplicam aqui, o que trás maior fluxo ao mercado brasileiro, o que ajuda a controlar o dólar.

A intervenção era mesmo necessária. "De outubro para cá, o dólar passou de R$ 5,30 para R$ 6,30. É uma alta muito forte em pouco tempo, então era necessário, sim, fazer os leilões", diz Eurico Ribeiro, gerente comercial da B&T Câmbio. "É difícil dizer se o BC estava certo ou errado", complementa. Mas, no mercado, a visão é que o BC demorou muito para agir. Com esses leilões só agora, ele sinaliza que algo pior pode estar por vir.

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