O jornalista José Luiz Datena, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo (SP), cancelou seus compromissos públicos, nesta terça-feira (3), para fazer exames no Hospital Sírio-Libanês, na região central da capital paulista.
De acordo com informações da assessoria do candidato tucano, Datena realizou “exames de rotina” que já estavam marcados previamente.
Na manhã desta terça, o apresentador não compareceu a uma agenda de campanha, no centro da cidade, em função do atraso na conclusão dos exames.
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Datena ainda participaria de uma sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL, mas também cancelou este compromisso.
Pela manhã, vários candidatos a vereador pelo PSDB chegaram a ir até a Rua Boa Vista, onde estava programada uma caminhada pelas ruas do centro histórico da capital, perto da sede da B3.
No período da tarde, o Hospital Sírio-Libanês divulgou um boletim médico no qual informou que Datena estava realizando “exames de rotina”. Ele está sendo acompanhado pelos médicos Roberto Kalil Filho e David Uip.
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Longe do pelotão
De acordo com a pesquisa divulgada, nesta terça-feira, pelo Real Time Big Data, José Luiz Datena aparece em quinto lugar na disputa pela prefeitura de São Paulo, com 8% das intenções de voto.
Em relação ao último levantamento do instituto, o candidato do PSDB oscilou 1 ponto percentual para baixo (ele tinha 9%). Datena está tecnicamente empatado com a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que foi de 8% para 9%.
A liderança da corrida eleitoral é dividida por três candidatos que estão em situação de empate técnico: Pablo Marçal (PRTB), com 21% das intenções de voto; Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), ambos com 20%.
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Candidatura contestada
O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo teve o nome contestado por uma ala dissedente do partido, liderada por Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal da legenda na capital paulista, que acabou expulso.
O ex-dirigente tucano aponta supostas irregularidades durante a convenção da legenda que oficializou o nome de Datena, realizada no fim de julho. Ele chegou a pedir a impugnação da candidatura à Justiça Eleitoral.
Nos bastidores, a iniciativa de Alfredo é considerada uma tentativa de sabotar a candidatura de Datena. O ex-presidente municipal do PSDB é próximo do prefeito Ricardo Nunes e integrava uma ala dos tucanos que defendiam que o partido apoiasse a candidatura do emedebista à reeleição.
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Alfredo e esse grupo de tucanos alegam que Nunes era vice do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), reeleito em 2020 e morto em 2021. Além disso, afirmam os dissidentes, Datena não oferece nenhuma segurança de que será, de fato, candidato a prefeito – o ex-apresentador acumula uma série de desistências em sua trajetória política.
Em eleições anteriores, para diversos cargos, Datena chegou a afirmar que seria candidato, mas acabou desistindo na última hora. Em 2020, ele esteve muito próximo de ser companheiro de chapa de Bruno Covas, que buscava renovar o mandato. Então filiado ao MDB, ele teve uma série de conversas com Covas, que se animava com a possibilidade de ter o apresentador como vice.
Na reta final, Datena recuou mais uma vez, alegando que a TV Bandeirantes havia lhe pedido para permanecer na emissora. O jornalista já passou por 11 partidos em sua trajetória política. Além do PSDB, Datena já fez parte de PT, PP, PRP, DEM, MDB, PSL, PSD, União Brasil, PSC e PSB – em uma verdadeira “montanha-russa” partidária.
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“Até eu desconfio [da própria candidatura a prefeito]. Se continuar essa sacanagem de que o partido está conversando com outras pessoas para colocar dentro do partido sem me avisar, eu não vou ser candidato. Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso? Desde o começo, falei: se me sacanearam, eu desisto mesmo”, disse Datena, em julho, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
“Escolhi a eleição errada”
Na semana passada, ao participar de sabatina promovida pela GloboNews, Datena reconheceu as dificuldades que sua campanha vem enfrentando neste momento, em meio à queda nas últimas pesquisas de intenção de voto e a uma disputa acirrada para tentar uma vaga no segundo turno.
O tucano admitiu que seu plano, ao entrar na política, sempre foi o de se candidatar ao Senado pelo estado de São Paulo. Mas disse que acabou aceitando o convite do PSDB para concorrer à prefeitura da capital.
“Escolhi a eleição errada”, afirmou Datena. “Nas outras [eleições], eu estava com 25%, 30% já de saída”, destacou o jornalista.