Reportagem recente da agência de notícias Bloomberg relata que a crise financeira que assola atualmente a Nissan deverá provocar em breve a renúncia de um dos principais diretores da montadora. O nome em questão, segundo fontes internas, é o do atual CFO (Chief Financial Officer) Stephen Ma. O executivo ocupa o cargo desde 2019 e é considerado um dos maiores nomes do setor financeiro da empresa.
A saída de Ma, de acordo com a publicação, acontecerá em 'futuro próximo' e tem relação direta com a crise vivida marca marca. Relatórios internos têm indicado perdas financeiras consideráveis e vendas em queda nos principais mercados globais da Nissan. Em junho de 2023, outro executivo importante também deixou a empresa após relatos de que a montadora havia instalado um sistema de câmeras em sua casa em Tóquio. Ashwani Gupta era diretor de operações (COO).
No final do novembro, reportagem do jornal Financial Times revelou que a situação financeira da Nissan é bastante delicada e que a marca está em busca de novos parceiros para tentar sair da crise. A sobrevivência da empresa depende da adoção de medidas amargas a partir dos próximos meses (incluindo cortes e demissões) e, principalmente, da entrada de um novo investidor âncora no negócio para sustentar as operações daqui em diante.
De acordo com o jornal, dois altos executivos que preferiram não se identificar revelaram que a Nissan "tem 12 ou 14 meses para sobreviver” e que a situação “é muito difícil". Rumores indicam que a Honda, já parceria da Nissan no desenvolvimento de elétricos, poderá ser o tão esperado 'investidor âncora'. O ex-CEO Carlos Ghosn, inclusive, foi o primeiro a apontar que a aproximação entre as duas marcas no mercado de EVs guardava outros interesses por trás.
Picape Frontier está com produção reduzida nos EUA
Os problemas financeiros da Nissan têm aumentado nos últimos meses devido à queda nas vendas em seus dois maiores mercados globais: China e Estados Unidos. Neste último, por exemplo, a capacidade de produção foi reduzida em 17% para acompanhar a retração. Em todo o mundo, a marca planeja demitir pelo menos 9.000 funcionários e reduzir o ritmo de fabricação em 20%. Além disso, anunciou recentemente que cortará parte dos salários de seus principais executivos.
A Renault, considerada parceira histórica da Nissan, reduziu sua participação na marca de 43,4% para menos de 36% no ano passado. O valor das ações da Nissan acumula queda de 36% nos últimos 12 meses.