Para especialistas, a ideia de prosperidade e qualidade de vida que é passada aos mais jovens está distorcida, já que reforça uma constante comparação social a partir de uma visão centrada no consumismo, meritocracia e plutocracia (poder do dinheiro).
"As mensagens passadas [aos jovens] são contrárias a uma perspectiva de ganhos no longo prazo e podem afetar o presente delas", explica Maria Mello, coordenadora do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, que trabalha para mitigar os prejuízos decorrentes da exploração comercial infantil.
Para o advogado Bruno Minoru Okajima, especialista em direito do trabalho, o termo CLT tem sido utilizado de forma pejorativa, muitas vezes associado à ideia de rigidez ou limitação financeira.
Essa visão ignora o papel essencial que a legislação desempenha na proteção do trabalhador. A CLT não impede o crescimento profissional, mas assegura direitos básicos e evita a precarização das relações de trabalho.
Bruno Minoru Okajima, especialista em direito do trabalho
Mello reforça que essa perspectiva pode trazer diferentes consequências ao desenvolvimento da criança, podendo levá-la a fazer escolhas impulsivas no futuro, como empreender sem planejamento e evitar a formação acadêmica.
"Mesmo com o surgimento de novas formas de contratação, como o trabalho autônomo e o modelo de microempreendedor individual (MEI), a CLT continua sendo indispensável para milhões de brasileiros", completa Okajima.