Concessões de crédito para famílias crescem no ano, apesar de juros elevados, mostra BC

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As concessões de crédito livre a pessoas físicas cresceram 13,2% no ano até novembro, apesar dos juros elevados. No mês passado, foram liberados R$ 283,6 bilhões. Os dados, que incorporam ajustes sazonais, foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).

Na comparação mensal, houve um recuo de 2,2% nas concessões de novos empréstimos e financiamentos para pessoas físicas. Em outubro, foram R$ 289,9 bilhões concedidos nesta modalidade, em que as condições são livremente pactuadas entre bancos e clientes.

A série considera os valores ajustados, com a finalidade de minimizar os efeitos sazonais que incidem sobre os dados.

O recuo no mês coincide com um cenário de crédito mais caro, puxado pelo ciclo de alta de juros. Em novembro, a taxa básica (Selic) estava em 11,25% ao ano. Em dezembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) optou por uma alta de 1 ponto percentual na Selic, levando-a a 12,25% ao ano, e se comprometeu com mais dois aumentos de mesma intensidade em 2025.

No último encontro, o colegiado do BC alertou que os mercados de crédito e de capitais têm surpreendido ao longo do ano, com crescimento de volume acima do esperado.

"Ressalta-se que, apesar da resiliência da atividade, um ambiente de alta de juros, com nível de inadimplência e comprometimento de renda elevados, requer cautela e diligência adicionais na concessão de crédito", afirmou o Copom na ata.

No crédito livre, a inadimplência recuou 0,1 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses, situando-se em 4,3% da carteira.

O endividamento das famílias ficou em 47,9% em outubro, com redução de 0,1 ponto percentual no mês. O comprometimento de renda também diminuiu 0,1 ponto percentual no mês, situando-se em 26,3%.

A taxa de juros média anual cobrada de pessoas físicas nas operações de crédito livre variou de 52,6% em outubro para 53,4% no mês seguinte –alta de 0,8 ponto percentual. Esse é o mesmo patamar de março deste ano, segundo dados do BC.

No rotativo do cartão de crédito, a taxa média de juros cobrada de pessoas físicas subiu em novembro para 445,8% ao ano –maior patamar em 18 meses. Houve uma elevação de 6,9 pontos percentuais na comparação com outubro, quando a taxa estava em 438,9%.

Desde janeiro, está em vigor a norma que estabelece que a dívida de quem atrasa o pagamento da fatura do cartão de crédito não pode mais superar o dobro do montante original. Isso significa que há um teto de 100% do valor da dívida contraída.

O dado divulgado nesta sexta engloba também as dívidas que já estavam no estoque antes da mudança nas regras do rotativo. Sendo assim, a taxa média não reflete na totalidade as mudanças implementadas.

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