Cinco questões em jogo no setor de energia em 2025

há 13 horas 2

Cinco questões cruciais desafiarão o setor de energia em 2025. Neste ano, países enfrentarão um mercado de petróleo em baixa, aumento da demanda por energia e crises domésticas e regionais que colocam em xeque seus compromissos climáticos e de redução de emissões.

1. A Opep superará a queda nos preços do petróleo?

As pressões sobre os preços que atormentaram a Opep no ano passado continuarão a crescer em 2025. Espera-se que os mercados permaneçam em baixa devido à desaceleração da demanda global, especialmente na China, e ao aumento da produção de petróleo por países fora da Opep.

O JPMorgan projeta um mercado "claramente pessimista" este ano, com o crescimento da demanda global desacelerando de 1,3 milhões de barris por dia (b/d) para 1,1 milhões b/d, enquanto o crescimento da oferta de países fora da Opep+ atinge uma média de 1,8 milhões b/d. O banco espera que o Brent, referência global, tenha preço médio de US$ 73 por barril em 2025, abaixo dos US$ 80 por barril do ano passado. O Goldman Sachs projeta um preço médio de US$ 76 por barril.

O excesso de oferta reflete a crise crescente enfrentada pelo cartel do petróleo à medida que o mundo transita para um sistema que consome menos petróleo. A S&P Global Commodity Insights prevê que a demanda global por gasolina atingirá seu pico este ano, impulsionada pela adoção de veículos elétricos e ganhos de eficiência em motores a combustão interna.

Em dezembro, a Opep adiou os planos de reintroduzir 2,2 milhões b/d até abril, após uma série de cortes na oferta iniciados em 2022 para sustentar os preços.

Folha Mercado

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2. Trump convencerá os produtores a perfurar mais?

A queda nos preços do petróleo não afeta apenas a Opep, mas também os planos de Trump de "perfurem, apenas perfurem". O presidente eleito dos EUA prometeu estimular a produção de petróleo do país, que atingiu níveis recordes sob Biden. Contudo, com os preços atuais, é improvável que os produtores aumentem significativamente as perfurações.

Segundo uma pesquisa da Dallas Federal Reserve, metade dos grandes grupos de exploração e produção planejam reduzir gastos de capital este ano, enquanto 14% manterão os níveis de gastos inalterados. Pequenas empresas, no entanto, são mais otimistas, com 63% planejando aumentar os gastos.

Uma pesquisa recente do Kansas City Fed revelou que o preço médio do petróleo necessário para que a perfuração seja lucrativa é de US$ 65 por barril, enquanto preços de US$ 89 por barril seriam necessários para um aumento substancial na atividade. O Goldman Sachs espera que o West Texas Intermediate, referência nos EUA, tenha preço médio de US$ 71 por barril em 2025, antes de cair para US$ 66 por barril em 2026.

3. A corrida pela IA impulsionará o gás natural?

Com a corrida para construir data centers para inteligência artificial (IA), investidores estão otimistas quanto ao papel do gás natural na oferta de energia barata e confiável.

As ações de fabricantes de turbinas a gás dispararam em 2024. As encomendas globais de turbinas na GE Vernova quase dobraram no ano passado, de 11GW para 20GW.

A Agência Internacional de Energia estima que o consumo de energia de data centers pode dobrar até 2026, atingindo mais de 1.000 TWh de eletricidade, equivalente ao consumo do Japão. O consumo global de gás em todos os setores deverá atingir recordes em 2025.

4. O multilateralismo climático superará a geopolítica?

O ano passado terminou com uma série de cúpulas climáticas decepcionantes. Em 2025, a questão é se o multilateralismo climático pode recuperar força diante de crises internas, mudanças para governos mais conservadores e guerras regionais.

Trump deverá retirar os EUA novamente do Acordo de Paris. Além disso, países desenvolvidos provavelmente não cumprirão suas metas climáticas de 2030.

5. A IRA sobreviverá sob Trump?

A Lei de Redução da Inflação (IRA), maior ação dos EUA contra a mudança climática, enfrenta incertezas. Trump prometeu "revogar" a política industrial, chamando-a de "golpe verde".

Uma revogação completa é improvável. A lei favoreceu amplamente distritos controlados por republicanos. O desafio será equilibrar os benefícios econômicos do setor de energia limpa com a pressão política para cortar gastos.

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