O tenente-coronel Mauro Cid e outros quatro militares perderam a nova promoção do Exército para se tornarem coronéis. Todos eles são investigados pela Polícia Federal por participação na trama golpista de 2022 que tentava evitar a posse de Lula (PT).
O Exército concluiu na última semana o segundo ciclo de promoção dos oficiais formados pela Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em 2000. A turma de Cid terá ainda mais duas janelas de promoções previstas para dezembro de 2024 e abril de 2025.
O veto às promoções atinge os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques de Almeida, Sergio Cavaliere e Ronald Ferreira.
Os militares foram impedidos de concorrer à promoção e retirados do Quadro de Acesso (lista dos melhores colocados da turma) porque estão suspensos de exercer funções no Exército, segundo dois generais ouvidos pela Folha.
A suspensão das atividades foi definida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em decisões que autorizaram buscas e apreensões contra os militares.
O segundo ciclo de promoções garantiu a terceira estrela de fundo dourado para 124 militares —número que corresponde a 30% da turma. Mais da metade dos colegas de Cid já chegou ao coronelato.
Os militares poderão voltar à lista das promoções mais à frente, caso os investigados deixem de ser indiciados pela Polícia Federal, e o Supremo derrube as restrições impostas aos oficiais.
Mauro Cid era um dos primeiros colocados de sua turma na Aman. A expectativa entre colegas militares era que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fosse promovido a coronel já na primeira oportunidade.