A China alertou que tomará "contramedidas" em resposta ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre as importações chinesas de 10% para 20%.
O anúncio foi feito na noite de segunda-feira (3), no horário de Brasília, manhã de terça-feira (4) na China.
"A China está profundamente insatisfeita e se opõe firmemente a isso, e tomará contramedidas para salvaguardar resolutamente seus próprios direitos e interesses", disse um porta-voz do Ministério do Comércio chinês em um comunicado.
Durante uma entrevista na Casa Branca nesta segunda, o presidente Trump afirmou que vai dobrar as taxas aplicadas a produtos chineses para 20%, além de cobrar tarifas de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México a partir desta terça.
"As tarifas, vocês sabem, estão todas definidas. Elas entram em vigor amanhã", disse o presidente. Trump ainda afirmou não haver espaço para negociações com os países, frustrando expectativas de autoridades canadenses e mexicanas.
O movimento repercutiu na terça-feira nas bolsas de valores japonesa e de Hong Kong, que registraram quedas acentuadas nas negociações da manhã.
Folha Mercado
Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.
O índice Nikkei do Japão caiu mais de 2%, enquanto o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 1,5% após o anúncio de Trump.
Quando questionado nesta segunda-feira sobre quais seriam as tarifas máximas que ele aplicaria contra as importações chinesas, ele respondeu: "Não posso dizer, depende do que eles fazem com sua moeda, depende do que fazem em termos de... algum tipo de retaliação econômica."
Trump acrescentou que não esperava que Pequim "retaliasse muito".
O republicano também disse que o seu plano de cobrar tarifas recíprocas de outros países entrará em vigor em 2 de abril.
O jornal Global Times, de Pequim, havia noticiado nesta segunda que a China estava "estudando e formulando contramedidas relevantes" em resposta às tarifas adicionais contra produtos chineses.
Segundo fonte não nomeada pelo veículo, que é ligada ao Partido Comunista da China, as medidas incluem tanto tarifas como uma série de medidas não tarifárias de impacto. Produtos agrícolas e alimentícios americanos estarão na lista, provavelmente, publicou o jornal.
O presidente dos EUA disse que queria usar tarifas para equilibrar a balança comercial de seu país e financiar parcialmente sua promessa de cortar impostos e impor "respeito" aos seus parceiros.
Trump acusa a China de tolerar o tráfico de fentanil, um opioide sintético que causou estragos nos Estados Unidos, e disse que as tarifas são uma forma de punir essa suposta inação.
(Com AFP)