Campos Neto foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para comandar o Banco Central, em 2019. Ele será substituído a partir de 2025 pelo economista Gabriel Muricca Galípolo, de 42 anos, indicado por Lula.
Durante os quase seis anos de mandato, Campos Neto e Lula tiveram atritos, principalmente devido à taxa de juros elevada. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), ocorrido nesta semana, o Banco Central decidiu aumentar a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Lula, então, voltou disparar críticas contra o BC de Campos Neto.
Eu acho que os juros estão altos demais, assim como sempre estiveram no Brasil nos últimos 30 anos, mas não havia a necessidade do aumento de 1%. Você poderia fazer um caminho gradual. Um juro muito alto prejudica todo mundo, até o setor financeiro.
Então foi alto demais, não faz o menor sentido. O Brasil está com a segunda maior taxa de juros do mundo. Não temos a maior inflação do mundo. Não temos o maior desequilíbrio fiscal do mundo.
No governo Bolsonaro, ele baixou a taxa de juros ao patamar mais baixo da história, 2%. Ele usava a intervenção do Banco Central no câmbio --ele usou em vários momentos, colocou R$ 75 bilhões no câmbio-- e aí mudou de pensamento no governo Lula. Por quê? Eu acho que é para prejudicar o desempenho econômico da economia.
Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma Roussef
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