Caetano Veloso e Maria Bethânia recontam a própria história em turnê conjunta

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"Caminhando contra o vento/ Sem lenço, sem documento". Foi com esses versos que Caetano Veloso e Maria Bethânia abriram sua turnê na noite deste sábado, na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro.

"Alegria, alegria", canção do baiano lançada em 1967, estava presente nos shows que eles fizeram juntos em 1978 — espetáculo registrado em parte num disco lançado naquele ano.

Os irmãos apontam, assim, para a origem dessa história que é (re)contada na atual turnê. Uma origem que está naquele primeiro encontro para uma série de shows, em 1978, mas vai muito além dele.

Ela passa pelos Doces Bárbaros, que reuniu os dois a Gilberto Gil e Gal Costa em 1976. Passa pelos shows que Caetano e Bethânia fizeram no Teatro Vila Velha, em Salvador, em 1964, com outros jovens artistas da cena local. Passa por Caetano, menino com menos de quatro anos, escolhendo o nome de Bethânia a partir de uma canção de Capiba.

A mesma grande saudade, a mesma grande vontade, tudo de novo — como afirma a canção "Tudo de Novo", que abria os shows da turnê de 1978. Ou seja, um olhar que contempla o amor pelo que passou e o desejo quente pelo presente, ambos se repetindo ao longo das décadas.

O repertório inclui canções que dão conta de diferentes momentos dessa trajetória de caminhos cruzados desde sempre até sempre. Entre elas, "Os Mais Doces Bárbaros" e "Um índio", do repertório dos Doces Bárbaros; "Reconvexo", canção que ele fez para ela gravar, como auto-retrato que se espelha em ambos.

A turnê "Caetano e Bethânia" passará por dez capitais no total. O próximo palco a receber o espetáculo é o Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, no dia 7 de setembro. Depois, ele segue para Curitiba, Belém, Porto Alegre, Recife, Brasília, Fortaleza, Salvador e São Paulo, onde a série de shows se encerra, nos dias 14, 15 e 18 de dezembro, no Allianz Parque.

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