Bitcoin tem alta recorde com Trump; o que esperar da moeda?

há 2 meses 1

Sua política também aumenta o risco fiscal. "Os governos republicanos têm essa característica de cortar impostos", explica Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos. Por isso, pode ser necessário subir novamente as taxas para conter essa pressão inflacionária.

Qual o impacto disso em outras economias?

Um dos problemas mais imediatos é a alta do dólar. Nos EUA, diferentemente de outros países, quando a inflação sobe, ou seja, o dólar se valoriza. "Isso acontece com as moedas fortes e o dólar é a mais forte delas: se os preços sobem, os juros aumentam e isso fortalece a moeda", diz a economista. Juros maiores elevam a atratividade do Tesouro americano — a aplicação mais segura do mundo — o que faz o fluxo de investidores migrar do mundo todo para os EUA.

Consequentemente, ao perder investidores, mercados emergentes, como o Brasil, vêm suas moedas desvalorizarem. E não é dó isso: o Brasil também perde com a queda no preço das commodities, os produtos básicos de exportação, como minério de ferro, petróleo, soja, café, algodão, aço. "Com o dólar subindo mais, o comprador precisa de menos dinheiro para comprar a mesma quantidade de produtos de exportação. Por isso os preços desses produtos caem. O petróleo, por exemplo, já apresenta, neste horário, queda de 2,5%.

Na Europa, a moeda comum vem tendo quedas nesta quarta. O euro, em relação ao real, cai quase 2%, para R$ 6,15. Em relação ao dólar, a divisa tem a maior baixa de quatro meses, chegando a valor US$ 1,07. As Bolsas europeias também vêm registrando quedas. "Com essa alta global do dólar hoje, muitos investidores estão vendendo euro para comprar a moeda americana e isso derruba o valor da divisa europeia", explica Gustavo Bertotti, economista chefe da Messen Investimentos.

E a China?

As Bolsas chinesa caíram muito. No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,09%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,5%. As ações de tecnologia da China listadas em Hong Kong tombaram amplamente, com a gigante do comércio eletrônico JD.com e a Alibaba caindo 4% cada uma. Isso porque, para impulsionar a produção americana, Trump promete adotar tarifas de 60% ou mais sobre os produtos importados da China.

Leia o artigo completo