Benefício para o topo da pirâmide não é tido como gasto, critica economista

há 1 dia 2

Então, na verdade, o que está sendo discutido de uma forma velada é o papel do Estado, é que tipo de Estado nós queremos ter. E existe uma pressão para que o Estado seja um Estado reduzido, seja um Estado menor. E aí você vai cortando a partir desse tipo de discurso aquilo que é essencial para a garantia de direitos.

É preciso uma rediscussão do papel do Estado para entender como bancar esses direitos previstos na Constituição?

Isso. E acho que perpassa rediscutir o papel da tributação também. Você não consegue ter essa discussão só focando no gasto, você precisa pensar na tributação.

E tem uma coisa que a gente chama de "gasto tributário", que não é tratado como gasto, normalmente, pelos analistas de mercado. Por exemplo: a isenção que você recebe se você tem algum gasto com saúde privada. Isso é uma arrecadação que o governo deixa de ter e que é entendido como um gasto também.

Então, esses tipos de gastos, de isenções, de deduções e afins, não estão sendo rediscutidos. E eles não são vistos como gastos [pelos analistas de mercado], por algum motivo. E poderiam estar sendo discutidos, porque esses, sim, são extremamente concentradores de renda. São benefícios para o topo da pirâmide.

O governo deve encaminhar em breve a segunda fase da reforma tributária, que vai abordar a questão da renda, no sentido de criar um sistema mais progressivo, que cobre mais dos mais ricos. Essa discussão poderia ter sido mais amadurecida?

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