A deterioração do cenário de inflação e a materialização de “vários riscos”, que tornaram o cenário mais adverso, levaram o Banco Central a endurecer a política de juros e anunciar uma alta de 1 ponto percentual na Selic na última semana, antevendo mais duas elevações equivalentes, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
No documento, o BC também reforçou a mensagem de que a percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal do governo afetou de forma relevante os preços de ativos e as expectativas de mercado, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.
“Com relação à política econômica de forma mais geral, o Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. Em particular, desacelerações são parte essencial do processo de suavização e reequilíbrio da economia. O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, disse o BC no documento divulgado nesta terça-feira.
Na última quarta-feira, o Copom decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros, ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e surpreendeu ao prever mais duas altas da mesma magnitude, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.